A digitalização na Indústria deixou de ser tendência e passou a ser requisito para a competitividade. Os profissionais agora precisam se adaptar ao universo 4.0, gerado pela Quarta Revolução Industrial, que começa a ficar cada vez mais presente nas fábricas. Todos, por consequência, devem se integrar prontamente à fusão com tecnologias como Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT), Big Data e automação.
O que é Indústria 4.0?
O termo ‘Indústria 4.0’, originado na Alemanha em 2011, descreve essencialmente a incorporação de tecnologias digitais nos processos de produção. Mas hoje a ideia foi além da indústria e já se fala em Agronegócio 4.0, Educação 4.0, e até Saúde 4.0. O que esses setores têm em comum é a conexão eficaz entre sistemas, dados e indivíduos.
Neste início da transição é natural ter pessoas reticentes e até avessas à novidade por insegurança ou receios pessoais. Mas, como dizem alguns especialistas: “hesitação pode ser um luxo caro”. Para se internalizar nesta nova realidade com a confiança necessária é preciso realizar uma combinação estratégica de habilidades técnicas e humanas.
O papel do profissional 4.0
A Revolução 4.0 não se trata de um acontecimento isolado, mas um contínuo processo de adaptação e inovação. O profissional 4.0, portanto, deixou de ser um simples executor de tarefas e passou a ser também um mediador entre o homem e máquina, um solucionador de problemas e também um constante aprendiz.
Na formação desse novo profissional, tudo começa pela sua curiosidade e compreensão. Ele terá que interpretar como sua rotina é influenciada pela tecnologia, para não se tornar refém das mudanças na sociedade e no mercado. Naturalmente, o novo trabalhador não terá que ser conhecedor de todas as linguagens de programação, ou ser um expert em robótica, no entanto, terá que formar uma mentalidade digital, entendendo e interpretando dados, e manuseando instrumentos tecnológicos para encontrar novas possibilidades. Por essa razão, será preciso não ter medo do desconhecido e ficar preparado para erros que ao final o ajudarão na melhoria dos processos e na inovação.
Habilidades e competências
Nessa nova mentalidade digital, será imprescindível aceitar a constante mudança e se adaptar rapidamente. Os treinamentos com aprendizado contínuo serão grandes parceiros, principalmente os cursos online, bootcamps e certificações profissionais. A partir deles, da mesma forma que as habilidades técnicas, um maior número de soft skills (competências humanas, comportamentais e sociais) vão ser desenvolvidas como, por exemplo, a criatividade, resiliência, criticidade e espírito colaborativo.
Além disso, naquelas aptidões em evidência, terá que ser abraçada com muita consideração a Inteligência Emocional para lidar de forma equilibrada com a pressão, as rápidas transformações e gerenciar tanto as próprias emoções como as da própria equipe. O colaborador desenvolverá soluções para tudo aquilo que é novo, se transformando na medida do possível numa espécie de ‘gerador’ de inovações.
A importância da colaboração
Como o processo de integração de sistemas exige a colaboração entre diversos participantes e setores, o sucesso coletivo vai estar ligado muito à cooperação fluida. Nunca será tão necessário que o novo homem dentro das indústrias entenda que vai precisar se reposicionar e ficar à frente de tudo, antevendo tendências e se adaptando em passo acelerado às novas ferramentas e realidades. Se o profissional for um conservador, apreciador da zona de conforto e resistente às mudanças ele seguramente terá problemas consideráveis neste novo planeta.
Para trabalhar no universo 4.0 nas hard skills (habilidades técnicas) o profissional vai ter que mergulhar num novo oceano tecnológico. Ele precisará se habilitar e dominar razoavelmente as tecnologias fundamentais como IoT (Internet das Coisas), cibersegurança, computação em nuvem e automação, entre outras que já existem ou existirão no futuro. O motivo delas chegarem é que otimizam com eficiência o trabalho desde a produção até a logística.
O profissional da Era Digital deverá tomar decisões baseadas em dados, gerados por ferramentas da era digital, data analytics, uso de AI . A razão é que as decisões dentro das fábricas estão cada vez mais embasadas em informações mais precisas, portanto se tornou primordial o conhecimento nas ferramentas de análise.
O aprendizado e aprimoramento vão ser contínuos e em vista disso o profissional, a fim de solucionar problemas de toda sorte, precisará se atualizar constantemente nas inovações e melhores práticas da operação. Aprender, desaprender e reaprender é o lema do profissional 4.0.
O papel das empresas
As empresas têm um papel essencial neste processo de transformação, terão que estimular e desenvolver a cultura da inovação. Incentivar a experimentação para terem à disposição equipes mais capacitadas e seguras diante das mudanças.
Quanto mais avançada a cultura digital mais inclusiva, determinará aquelas indústrias com mais sucesso na transição para o Universo 4.0. Efetivamente, as novas tecnologias podem até aprimorar o trabalho numa planta industrial, mas é a pessoa quem tem a capacidade de inovar, colaborar e liderar. Mesmo no mundo mais automatizado, o bom profissional ainda será insubstituível.
As novas tecnologias podem até aprimorar o trabalho numa planta industrial, mas é a pessoa quem tem a capacidade de inovar, colaborar e liderar. Mesmo no mundo mais automatizado, o bom profissional ainda será insubstituível.
— Hernane Cauduro, diretor da Metal Work Pneumatica do Brasil






