A pressão por produtividade no fim do ano pode levar equipes ao limite. Entre outubro e novembro, empresas enfrentam o desafio de manter o ritmo sem aumentar o estresse dos colaboradores. De acordo com a Gallup, 41% dos trabalhadores brasileiros relatam altos níveis de estresse diário.
Impacto do estresse na produtividade
Estudos do Indeed mostram que profissionais de setores administrativos e de serviços sofrem com distração e falta de concentração no último trimestre. Além disso, há um aumento da propensão ao esgotamento, o que impacta diretamente a produtividade.
Ainda assim, Carla Martins, vice-presidente do SERAC, alerta que a queda de foco não é um problema isolado. “A perda de ritmo não é um problema pontual, mas resultado de um modelo de gestão que tenta condensar entregas complexas nas poucas semanas que antecedem dezembro. Alta performance não está ligada a produzir mais, e sim a produzir melhor, com propósito e equilíbrio”, explica.
Estratégias para manter o foco
Para evitar a exaustão, é crucial que líderes reorganizem prioridades e ajustem expectativas com transparência. Sem essa estrutura, as equipes podem entrar em um ritmo defensivo, com urgência constante e queda na qualidade das entregas.
Ademais, dados do INSS revelam mais de 200 mil afastamentos por transtornos mentais no último ano. Nesse sentido, o estresse ocupacional é um dos principais gatilhos. Relatórios da McKinsey indicam que a pressão contínua pode levar ao burnout e absenteísmo.
Reorganização e pausas estratégicas
Para manter a energia até dezembro, Carla Martins orienta a reorganizar prioridades e revisar o que realmente precisa ser entregue. “Quando a equipe compreende o impacto de cada tarefa, diminui a ansiedade e o retrabalho”, afirma.
Além disso, a especialista sugere ajustar agendas e prever pausas. Pesquisas da Universidade de Stanford mostram que longas jornadas reduzem o rendimento e que o descanso estruturado aumenta a precisão e a velocidade de execução.
Metas semanais e acompanhamento contínuo
Dividir grandes entregas em metas semanais pode criar microvitórias que mantêm a motivação. Conversas individuais também são importantes, pois reduzem o risco de esgotamento em equipes com acompanhamento contínuo.
Segundo Carla Martins, esses diálogos reforçam a conexão e ajudam a identificar sinais de sobrecarga antes que eles avancem.
O último trimestre é decisivo para consolidar confiança entre líderes e equipes. A forma como a pressão é conduzida nos meses finais influencia diretamente o início do ciclo seguinte.
— Carla Martins, vice-presidente do SERAC
Distribuição equilibrada de tarefas
Outro ponto crucial é a distribuição equilibrada da carga de trabalho. Quando tarefas ficam concentradas em poucos profissionais, o desgaste aumenta e a operação perde eficiência. Nesse contexto, alta performance é resultado de uma cultura coletiva, na qual responsabilidade, ritmo e autonomia são compartilhados.
Planejamento e celebrações moderadas
Entre as recomendações para atravessar o trimestre com força, Carla Martins sugere:
- Planejamento antecipado já no início de setembro;
- Revisão de processos que geram desperdício de tempo;
- Reuniões mais curtas e objetivas;
- Rodízio de responsabilidades;
- Celebrações internas moderadas que reforcem o sentimento de pertencimento sem impactar a operação.
Para finalizar, desempenho sustentável depende de equilíbrio. Entregar dezembro à custa de janeiro compromete a saúde das equipes e cria ciclos de desgaste. Liderar com estratégia, ritmo saudável e propósito é o que mantém times produtivos de forma contínua.






