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Segurança em Pernambuco: Capital teme, Sertão se sente aliviado, diz estudo

Segurança em Pernambuco: Capital teme, Sertão se sente aliviado, diz estudo

Uma pesquisa da Alfa Inteligência, realizada entre 17 e 21 de novembro com 1.190 pessoas em 56 cidades de Pernambuco, mostra um contraste na percepção de segurança. Enquanto a Região Metropolitana do Recife enfrenta medo e desconfiança, o Sertão apresenta mais tranquilidade. O estudo também aponta diferenças entre gêneros e idades.

Insegurança atinge quase metade dos pernambucanos

O levantamento indica que 45% dos pernambucanos se sentem inseguros (21% “um pouco” e 24% “muito”). Por outro lado, 53% relatam alguma sensação de segurança (16% “muito” e 37% “razoavelmente”). Outros 2% não souberam responder. “Esse cenário reforça a preocupação da população com a violência e demonstra que a insegurança afeta boa parte dos moradores do estado”, explica Emanoelton Borges, cientista político e CEO da Alfa Inteligência.

Contraste entre capital e interior

De acordo com a pesquisa, a população pernambucana vive em “dois estados” quando se trata de segurança. Na Região Metropolitana do Recife, 55% dos entrevistados se sentem inseguros, sendo que 34% se dizem “muito inseguros”. No Sertão, 69% dos moradores se dizem seguros e apenas 13% se declararam “muito inseguros”. Essa diferença reforça a influência de fatores como a presença policial, a rotina urbana e a sensação de ordem pública.

“O estudo mostra que a experiência de segurança pública em Pernambuco é profundamente desigual. Enquanto o Sertão apresenta indicadores de tranquilidade, a Região Metropolitana do Recife concentra a maior sensação de risco e desconfiança institucional. Além disso, mulheres vivem realidades de insegurança mais intensa. Esses recortes revelam que políticas públicas precisam ser segmentadas e sensíveis às diferenças territoriais e sociais do estado”

— Emanoelton Borges, cientista político e CEO da Alfa Inteligência

Desconfiança nas forças de segurança

A maioria dos pernambucanos (48%) considera o trabalho das forças policiais “regular”, indicando uma estagnação na percepção pública. Apenas 6% avaliam a atuação como “excelente”. A desconfiança também é alta: 49% demonstram reticência em relação às forças de segurança. Na Região Metropolitana do Recife, 31% afirmam que “não confiam” na polícia, o maior índice de rejeição do estado.

Mulheres se sentem mais vulneráveis

A pesquisa também revela que as mulheres vivenciam a segurança de forma mais vulnerável. Cerca de 29% das mulheres se dizem “muito inseguras”, contra 19% dos homens. Apenas 15% das mulheres afirmam confiar “totalmente” na polícia, enquanto entre os homens esse índice é de 22%. A diferença aponta para experiências distintas no espaço público, marcadas pelo medo do assédio e menor sensação de proteção institucional.

“Trabalhar com uma amostra de 1.190 pernambucanos nos permite observar com precisão como diferentes grupos vivem e percebem a segurança pública. Esses dados não são apenas números: eles revelam tendências, medos, vulnerabilidades e realidades que precisam ser reconhecidas pelo poder público. Quando olhamos para recortes como capital x interior, gênero ou faixa etária, entendemos que a segurança não é uma experiência uniforme — e é justamente por isso que pesquisas sérias são fundamentais. Só com diagnósticos detalhados é possível construir políticas mais eficazes, baseadas em evidências e conectadas à vida real das pessoas”

— Emanoelton Borges, cientista político e CEO da Alfa Inteligência

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