O Brasil recebe Michele Mosca, referência mundial em resiliência cibernética na era dos computadores quânticos, para alertar sobre os riscos e preparar organizações. O canadense cumpre agenda em São Paulo e Salvador.
Ameaças quânticas e a necessidade de ação imediata
A visita de Michele Mosca ocorre em um momento crucial, onde governos, empresas e centros de pesquisa buscam mitigar a ameaça à infraestrutura digital mundial. A ONU declarou 2025 como o Ano Internacional da Ciência e Tecnologia Quântica, intensificando a percepção global sobre os limites da segurança atual.
Mosca, formulador da Desigualdade de Mosca, adverte que a maioria dos sistemas que protegem setores vitais não está preparada para a capacidade computacional que se aproxima. Ele alerta para ataques que roubam dados hoje para descriptografá-los no futuro, quando computadores quânticos estiverem disponíveis.
Avanço da computação quântica
A computação quântica, que utiliza princípios como superposição e entrelaçamento, consegue analisar milhares de possibilidades simultaneamente, contrastando com a operação linear da computação clássica. Google, IBM e Microsoft já demonstraram processadores quânticos capazes de realizar cálculos complexos em minutos, que levariam trilhões de anos para supercomputadores.
Essa evolução tecnológica coloca em risco a criptografia usada para proteger dados sensíveis. Por isso, a visita de Michele Mosca é de grande importância estratégica para o país.
Brasil se prepara para a era quântica
O Brasil busca ocupar espaço nas discussões internacionais, mas enfrenta lacunas em segurança digital. A agenda de Mosca inclui encontros em São Paulo e participação no Quantum Business, evento do QuIIN (hub de inovação quântica do SENAI CIMATEC), em Salvador.
Valéria Loureiro da Silva, coordenadora do QuIIN, destaca que a discussão sobre segurança quântica se relaciona à soberania digital e à competitividade econômica do país. A migração para sistemas resistentes a ataques quânticos exige planejamento e investimentos.
Alerta e oportunidade para o Brasil
A permanência de Mosca no Brasil serve como um alerta sobre a urgência de atualizar infraestruturas críticas e também como uma oportunidade. O país, ao receber um especialista influente, pode entender melhor o cenário e agir de forma coordenada para reduzir vulnerabilidades.
O debate sobre segurança quântica é real e influencia decisões estratégicas globalmente. A visita de Michele Mosca antecipa uma discussão que precisa ganhar escala nacional, colocando o Brasil no mapa das nações que buscam responder ao desafio tecnológico da era digital.
A migração para sistemas resistentes a ataques quânticos exige planejamento, investimentos, testes e compreensão clara de que a segurança dos dados não pode esperar a maturidade total dos computadores quânticos para ser revista.
— Valéria Loureiro da Silva, coordenadora do QuIIN
