Dados da PwC revelam que 67% das empresas já utilizam informações contábeis para orientar suas decisões. Esse movimento fortalece o papel do contador como mentor, transformando a forma como as empresas são geridas.
A contabilidade consultiva em ascensão
A contabilidade consultiva acompanha uma tendência crescente no Brasil e em outros mercados importantes. O contador, antes visto apenas como um executor de obrigações fiscais, agora influencia diretamente as decisões estratégicas das empresas. Esse novo cenário abre espaço para o contador mentor, um profissional que interpreta dados, ajusta rotas e auxilia o empreendedor na construção de negócios mais eficientes.
A contabilidade de hoje é mentoria aplicada. Quando o empresário entende seus indicadores, ele passa a tomar decisões com segurança, reduz desperdícios e melhora sua performance financeira.
— Jhonny Martins, vice-presidente do SERAC
Mentoria corporativa e o impacto nos resultados
A mudança de postura do setor reflete a expansão das mentorias corporativas no país. De acordo com a Deloitte, áreas que adotam modelos de acompanhamento contínuo por especialistas têm 33% mais chances de atingir suas metas anuais.
Para Jhonny Martins, esse dado reforça a responsabilidade técnica do contador na orientação de seus clientes. Ele ressalta que não se trata apenas de entregar relatórios, mas de apresentar caminhos, traduzir cenários e antecipar riscos.
O contador conhece a empresa por dentro e tem condições de orientar ajustes que impactam o resultado.
— Jhonny Martins, vice-presidente do SERAC
Modelo consultivo na prática
O modelo consultivo, já consolidado no SERAC, combina análise financeira, planejamento tributário, projeções de fluxo de caixa e simulações de cenários para orientar decisões estruturais. Martins explica que, ao cruzar dados fiscais, operacionais e de margem, é possível prever gargalos e sugerir ações práticas, o que reduz riscos e acelera o crescimento.
Tecnologia como aliada
A adoção de tecnologia, que automatiza tarefas operacionais, permite que o contador se concentre na orientação estratégica. Ferramentas de automação fiscal e análises preditivas reduzem o tempo gasto com conciliações e organização de documentos, liberando o profissional para a análise do negócio. “A tecnologia nos tirou da retaguarda e nos colocou na linha de frente da estratégia”, completa Martins.
Novas competências para o contador mentor
Além do domínio técnico, o contador precisa desenvolver habilidades de comunicação, visão sistêmica e capacidade de simplificar informações complexas para o empreendedor. O cliente não precisa de jargões, mas sim entender o que fazer para evitar perdas financeiras. “A mentoria começa quando traduzimos os números para a vida real”, finaliza.
Especialistas do setor preveem que o movimento se intensificará em 2026, com mudanças tributárias e o aumento das exigências de governança impulsionando a demanda por orientação constante. Martins reforça que, nesse cenário, o contador se torna peça-chave para a sobrevivência e o crescimento das pequenas e médias empresas.
Em um ambiente de tantas mudanças, quem orienta com consistência se torna indispensável. O contador não é mais apoio, é liderança técnica.
— Jhonny Martins, vice-presidente do SERAC
Ao aproximar os profissionais dos donos dos negócios, a contabilidade consultiva se consolida como uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento empresarial no país. “A mentoria contábil não é um produto, é um jeito de trabalhar. Quando o contador ajuda o empresário a entender, corrigir e crescer, o impacto é imediato”, conclui.
