As mudanças no mercado de criptomoedas têm impulsionado a demanda por corretoras brasileiras com operação regulada. O ambiente mais seguro e as regras claras, somados ao avanço institucional, ampliam a entrada de investidores e fortalecem plataformas estruturadas.
Regulamentação traz segurança ao mercado cripto
Para Thiago Oliveira, CEO da Saygo, o amadurecimento regulatório e a consolidação de novas práticas de supervisão estão entre os principais fatores dessa mudança. “A regulação não freia o setor. Ela dá a base que faltava para que a criptoeconomia cresça de forma sustentável e confiável”, afirma o executivo.
Além disso, o Brasil passa por um momento de reorganização profunda no segmento, desde a implementação do Marco Legal dos Criptoativos e o reforço das exigências de reporte e compliance por parte de órgãos como Banco Central e Receita Federal. Segundo especialistas, a nova estrutura regulatória reduz a assimetria de informação, aumenta o controle sobre riscos operacionais e fortalece plataformas que já operavam com padrões similares aos do sistema financeiro tradicional.
O que mudou no cenário global das criptomoedas?
Analistas e executivos do setor apontam três movimentos decisivos:
- Supervisão mais rigorosa e regras mais claras: A criação de padrões mínimos para exchanges e prestadores de serviços elevou o nível de exigência e reduziu a margem para operações informais. Para Thiago Oliveira, isso representa um divisor de águas. “A segurança jurídica é um dos fatores que mais influenciam a retenção de investidores. Quando o ambiente é previsível, o mercado amadurece”, explica.
- Maior participação de investidores institucionais: Gestores globais têm ampliado suas posições em criptoativos por meio de produtos regulados, o que aumenta a liquidez e reduz a volatilidade. Especialistas afirmam que a presença institucional tende a estabilizar o setor e a disseminar práticas de governança mais rígidas.
- Expansão do uso de stablecoins e soluções corporativas: Empresas brasileiras vêm incorporando stablecoins em rotinas financeiras para pagamentos internacionais, proteção cambial e liquidação de contratos. Analistas apontam que esse é um dos segmentos que mais devem crescer até 2026.
Vantagens das corretoras brasileiras reguladas
A combinação de regulação mais clara e amadurecimento operacional tem impulsionado plataformas que oferecem:
- segregação de ativos dos clientes
- políticas rígidas de prevenção a riscos
- auditorias independentes
- integração bancária eficiente
- suporte especializado
Thiago Oliveira afirma que o mercado passou a valorizar práticas que antes eram consideradas diferenciais. “Hoje, governança deixou de ser vantagem competitiva e virou requisito. Quem não se adequar às novas exigências ficará pelo caminho”, observa.
Como o investidor deve escolher uma corretora?
Especialistas recomendam atenção a cinco aspectos principais:
- Regularidade jurídica e regulatória: Plataformas registradas e aderentes às normas do Banco Central e Receita Federal reduzem riscos jurídicos.
- Transparência sobre custódia e liquidez: Provas de reserva auditadas reforçam a segurança sobre os ativos mantidos pela corretora.
- Histórico de governança e compliance: Políticas claras de KYC, prevenção à lavagem de dinheiro e controles internos são essenciais.
- Estrutura de atendimento: Suporte técnico tornou-se um dos critérios decisivos na escolha da plataforma.
- Educação e orientação ao investidor: Ambientes mais maduros oferecem relatórios, guias e conteúdos que ajudam o usuário a entender riscos e funcionamento dos criptoativos.
Tendências para 2025 e 2026
Entre as tendências apontadas por especialistas, três se destacam:
- Tokenização de ativos reais: Setores como agronegócio, crédito e mercado imobiliário devem ampliar o uso de tokens representando ativos reais.
- Integração com meios de pagamento tradicionais: A interoperabilidade entre Pix, bancos digitais e corretoras deve acelerar a entrada de novos perfis de investidores.
- Crescimento do segmento corporativo: Empresas têm buscado soluções com stablecoins e infraestrutura blockchain para reduzir custos e agilizar transações internacionais.
Perspectivas para o setor de criptomoedas
Para Thiago Oliveira, o atual ciclo representa uma etapa de consolidação. “O mercado está passando por um filtro natural. Plataformas sérias e reguladas vão crescer, enquanto estruturas informais perderão espaço”, afirma.
Segundo o executivo, o ritmo de expansão da criptoeconomia no Brasil dependerá da capacidade das corretoras de operar com transparência, tecnologia segura e processos alinhados às normas. “Confiança será o ativo mais valioso daqui para frente”, complementa.






