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IA corporativa: relatório da OpenAI expõe salto global, analisa MATH

IA corporativa: relatório da OpenAI expõe salto global, analisa MATH

O relatório The State of Enterprise AI 2025, divulgado pela OpenAI, indica um momento de virada na adoção de Inteligência Artificial pelas empresas. A consolidação de processos avançados, os ganhos de produtividade e a expansão do uso de IA em ambientes corporativos confirmam um cenário irreversível: a IA passou a ser infraestrutura essencial para a competitividade global.

O estudo mostra que o uso do ChatGPT Enterprise cresceu em média 8 vezes em 2025, enquanto o consumo de raciocínio estruturado por organização (tokens) explodiu 320 vezes. Além disso, 75% dos trabalhadores afirmam ter aumentado sua produtividade com a adoção da IA em rotinas operacionais.

Falta visão sistêmica, aponta especialista

Para Marcel Ghiraldini, VP de Estratégia da MATH, o relatório evidencia uma realidade incômoda, especialmente para o Brasil: não falta tecnologia, falta visão sistêmica.

O relatório confirma um ponto crítico: temos adoção massiva, mas ainda falta estrutura. O problema não é a tecnologia, mas sim a forma como estamos utilizando-a. Quando unirmos essa adoção em massa com governança, integração e métricas, criaremos uma visão sistêmica capaz de colocar a economia brasileira em rota acelerada de eficiência e competitividade global — Marcel Ghiraldini, VP de Estratégia da MATH

Ghiraldini também destaca que, enquanto empresas em outros países evoluem rapidamente para modelos integrados, o Brasil ainda opera de maneira fragmentada: “Há uso intenso, mas disperso. Sem visão sistêmica, escala e governança, a IA se torna um conjunto de iniciativas isoladas, não uma vantagem competitiva”.

Infraestrutura e governança são desafios

Além do recorte de adoção, o relatório da OpenAI reforça que o uso corporativo de IA exige infraestrutura, governança e estruturas de dados maduras. Estes são pontos em que o Brasil ainda encontra limitações.

Sérgio Larentis, CTO da MATH, afirma ser crucial abandonar a ilusão de que o país já está em posição confortável na corrida global da IA. “O Brasil não possui infraestrutura local de larga escala para treinar grandes modelos, e nossa legislação impõe restrições claras ao processamento de determinados dados fora do território nacional”, explica.

Essa combinação – alto potencial aliado a limitações estruturais – cria um cenário que demanda maturidade estratégica. Isso impõe complexidade regulatória e exige investimentos significativos para que possamos competir com segurança e conformidade. Por isso, torna-se ainda mais essencial adotar plataformas, frameworks e operadores especializados que garantam governança, performance, segurança e aderência regulatória — Sérgio Larentis, CTO da MATH

Brasil: potência em uso, não em estrutura

A OpenAI já havia apontado, em relatório recente, que o Brasil está entre os três países que mais utilizam o ChatGPT no mundo, com cerca de 140 milhões de mensagens diárias. Apesar do volume impressionante, ele não se traduz automaticamente em maturidade operacional.

A MATH avalia que o país vive um momento decisivo: há adoção intensa, profissionais engajados e um ecossistema vibrante de “nativos da IA”, mas ainda falta integração, governança e infraestrutura para transformar esse uso massivo em vantagem competitiva real.

Alerta ao mercado

O relatório da OpenAI sinaliza que a disputa pela produtividade global já começou. A MATH alerta que empresas brasileiras que não adotarem uma visão sistêmica de IA, unindo tecnologia, processos, dados, estrutura, governança e compliance, perderão terreno rapidamente.

“O mercado global mostra que as organizações que mais avançam em IA são justamente aquelas que tratam a tecnologia como meio, não como fim”, disse Sérgio Larentis. “O relatório da OpenAI reforça que as empresas líderes resolveram problemas reais antes de construir projetos, integraram humanos e agentes de IA em fluxos contínuos e criaram estruturas de governança capazes de sustentar escala”.

Esse movimento confirma que a maturidade está na clareza sobre qual valor de negócio a IA deve entregar e em quais processos ela deve atuar para gerar esse impacto.

Oportunidades na América Latina

Ao analisar o Brasil e a América Latina, a conclusão é que existe potencial para um salto relevante, mas somente se a região evoluir de iniciativas isoladas para estratégias consistentes e sustentáveis. Análises da Gartner e da OpenAI indicam que projetos de IA tendem a fracassar quando são tratados como modismo tecnológico, desconectados de processos, dados e cultura organizacional. Em contrapartida, prosperam quando aplicados como um sistema integrado, com objetivos claros, governança forte, integração entre áreas e respeito às limitações do ambiente regulatório e tecnológico local.

A MATH conclui que a janela de oportunidade está aberta, mas não permanecerá assim por muito tempo. “Empresas brasileiras e da América Latina que adotarem visão sistêmica, combinando estratégia, governança, integração e responsabilidade, poderão transformar a adoção acelerada de IA em produtividade real, eficiência e competitividade global. As que permanecerem presas ao modelo de ‘projetos desconectados’ correm o risco de perder terreno em um mercado que já não disputa apenas inovação, mas capacidade de execução”, finalizou Marcel Ghiraldini.

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