O marketing digital está à beira de uma transformação profunda. À medida que tecnologias avançadas se popularizam e o comportamento do consumidor se adapta a novos estímulos, empresas e agências precisam se preparar para mudanças estruturais que vão muito além de meros ajustes táticos. Segundo o relatório Digital 2026 Global Overview Report, divulgado em outubro de 2025, mais de 1 bilhão de pessoas já usam ferramentas de inteligência artificial mensalmente, o que reflete a crescente adoção de IA como parte do uso cotidiano da internet.
IA como infraestrutura estratégica
Robson V. Leite, fundador do Agência de Valor e mentor de agências e negócios digitais, observa que “2026 será o ano em que quem tratar IA, dados e criatividade como infraestrutura terá vantagem real”. Para ele, a transformação exige não apenas ferramentas, mas estrutura, modelo de negócio e eficiência operacional para gerar escala sustentável.
Uma das tendências mais fortes aponta para a consolidação da IA como infraestrutura estratégica de marketing. Em 2026, não se trata mais de testar ferramentas pontuais para produzir posts ou e-mails, a expectativa é de que sistemas automatizados executem grande parte do fluxo de trabalho: desde a criação de conteúdo até análise de dados, segmentação, automação de funil e otimização de conversão.
Profissionalização e governança de dados
Com isso, haverá um novo desafio para agências e marcas: quem não adaptar seu modelo de operação poderá ficar para trás. Para Robson, “a automação eficiente exige primeiro processos robustos; sem isso, ferramentas potentes viram ruído, não resultado.” Ele afirma que a diferença será feita por quem profissionalizar sua operação e investir em governança, dados próprios e consistência de entrega.
Estratégia de conteúdo híbrida
Outra tendência clara é a ascensão de uma estratégia híbrida de conteúdo, combinando formatos rápidos e acessíveis, como vídeos curtos e reels, com produções mais profundas e autorais. O mercado caminha para o que muitos chamam de “barbell content strategy”: posts instantâneos para engajamento e alcance, aliados a conteúdo de profundidade para autoridade e fidelização.
Além disso, o comportamento do consumidor também muda: com saturação de estímulos, cresce a busca por autenticidade, relevância e conexão. O público não responde mais a quantidade, mas a consistência; marcas e criadores que entregam valor real e experiência significativa terão vantagem competitiva. Robson acredita que “a vantagem competitiva não estará no volume de posts, mas na consistência da entrega de valor, na clareza de posicionamento e na profundidade da experiência ao cliente”.
Personalização e dados primários
A personalização e o uso consciente de dados próprios (first-party data) será outro pilar decisivo. Com privacidade em foco e cookies de terceiros cada vez mais restritos, empresas que construírem uma base própria de dados, com consentimento e governança, estarão melhor preparadas para ofertar serviços e campanhas realmente eficazes.
Por fim, 2026 deve marcar também uma intensificação da integração entre marketing, vendas e produtos. As fronteiras entre essas áreas tendem a se desfocar: estratégias de aquisição, retenção e experiência devem caminhar juntas, sob uma visão de funil completo, ciclo de vida do cliente e valor de longo prazo. Para o Mentor de Agências Digitais Robson V. Leite, isso exige uma reestruturação interna, times alinhados, processos claros e foco em resultados, não apenas em atividade.
Para agências, brands e empreendedores do meio digital, o recado é claro: quem encarar 2026 como oportunidade de estruturar, antecipar e liderar esse novo ciclo estará em posição de vantagem. O futuro do marketing digital pode ser definido por quem entregar consistência, valor real e modelos sustentáveis de crescimento aos seus clientes.






