O comportamento de consumo no Brasil está passando por uma transformação, impulsionado pela busca por conveniência e pela crescente digitalização. Atualmente, o consumidor compara preços, planeja suas compras e exige clareza sobre o valor dos produtos. Essa combinação de pragmatismo e busca por simplicidade está acelerando mudanças no varejo, onde autonomia, propósito e tecnologia ganham peso na decisão de compra.
O futuro do varejo: mais próximo e automatizado
Para 2026, a expectativa é de um varejo mais próximo, automatizado e personalizado. Eduardo Córdova, CEO e cofundador do market4u, a maior rede de mercados autônomos da América Latina, destaca a importância da agilidade. “A rotina acelerada tornou o consumidor menos tolerante a processos lentos. Ele quer resolver tudo rapidamente e no local mais conveniente. Empresas que não entenderem isso perderão competitividade”, afirma.
Mercados autônomos como infraestrutura urbana
Os minimercados em condomínios, antes vistos como conveniência, agora fazem parte do cotidiano. A expansão do modelo deve se acelerar para hubs corporativos, hospitais, universidades e prédios comerciais. “Se o consumidor não quer se deslocar, o varejo vai até ele”, resume Córdova.
Autonomia total na jornada de compra
O autoatendimento evolui para lojas 100% inteligentes, sem atendentes e sem filas. Tecnologias como biometria, pagamentos invisíveis e reconhecimento por câmera devem eliminar etapas manuais. “O modelo sem atrito, que hoje impressiona, será o novo normal”, prevê o executivo.
Inteligência Artificial e personalização
IA preditiva no centro do abastecimento
Para reduzir rupturas e desperdícios, redes autônomas utilizam algoritmos para antecipar demandas por público, região e horários. “Ter o produto certo, no local certo, no momento exato será a régua de eficiência do varejo em 2026”, explica Córdova.
Microabastecimento e compras menores
A ida mensal ao hipermercado perde espaço, com consumidores optando por compras menores e mais frequentes para reduzir desperdícios e otimizar tempo. Esse movimento impulsiona o crescimento de lojas compactas e altera a lógica de distribuição urbana.
Pix e pagamentos invisíveis
Com mais de 170 milhões de usuários, o Pix se consolida como meio de pagamento central. A expectativa é que o sistema origine transações em segundo plano, sem etapas manuais. Além disso, a combinação de inteligência artificial, histórico de consumo e dados geográficos permitirá ofertas personalizadas por local, horário e clima.
Com autonomia, tecnologia e proximidade, o varejo caminha para um modelo menos burocrático e integrado à rotina. “O futuro do consumo não é vender mais, é simplificar a vida das pessoas. Quem entender isso primeiro vai liderar a próxima década”, conclui Córdova.





