Avançam as negociações no governo para antecipar para o próximo ano as obras do Expresso Porto, em Rondônia. Serão 34 quilômetros de ligação da BR-364 à zona portuária, um investimento previsto de R$ 210 milhões.
Autoridades discutem viabilização para 2025
Na última quinta-feira, 11, o prefeito de Porto Velho, Léo Moraes, e o senador Marcos Rogério se reuniram com o diretor da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Guilherme Theo. O encontro, motivado pelo setor produtivo de Rondônia, sinalizou um possível anúncio nos próximos dias da autorização para o início das obras em 2025, antes do prazo inicial de 2026.
Segundo o prefeito Léo Moraes, priorizar a antecipação do cronograma é crucial para otimizar o fluxo na área urbana de Porto Velho. Atualmente, o tráfego na capital atinge 1,2 mil caminhões por dia com destino ao porto, o que reforça a necessidade urgente de melhorias viárias. Além disso, o fluxo viário em direção ao Hospital do Amor também é impactado, prejudicando pacientes em tratamento.
É desenvolvimento econômico e cuidado com a vida no trânsito. Um legado para a cidade e para Rondônia.
— Léo Moraes, prefeito de Porto Velho
O senador Marcos Rogério também destacou a importância estratégica da obra para Rondônia e o país. “Essa antecipação vai trazer mobilidade para Porto Velho e agregar valor à logística de transporte rondoniense. É uma obra que vai ficar para a posteridade”, afirmou.
O diretor da ANTT ressaltou que o processo técnico, aliado à pauta política, já proporciona avanços na BR-364, como a antecipação dos investimentos previstos. “Falamos em conectividade, construção de faixas adicionais e o tão aguardado Expresso Porto. Do sexto ano, havíamos avançado para viabilizá-lo para o quarto e, agora, nosso trabalho é pela antecipação ainda maior. É um compromisso pessoal de, em breve, estarmos em Porto Velho anunciando uma ação concreta neste sentido para contribuirmos com o desenvolvimento do estado”, garantiu o senador.
Impacto para o setor produtivo
Empresários e entidades representantes da logística e do agronegócio mostram otimismo com a viabilidade das obras do Expresso Porto.
Adelio Barofaldi, presidente da Associação Pan Amazônia e da Associação dos Pecuaristas de Rondônia, enfatiza a diversidade agrícola do estado, produtor de café, cacau, peixe, carne, leite, frutas e hortaliças. Ele também destaca a importância da BR-364 e do Expresso Porto para o escoamento da produção de grãos no Centro-Oeste e Norte do Brasil.
Acelerar as obras do Expresso Porto vai trazer uma enorme economia e a evolução que tanto esperamos na BR-364, que vai se traduzir na segurança viária e, ao mesmo tempo, oferecer ao transportador uma nova perspectiva ao tirá-lo de uma estrada de terra de quase 34 quilômetros que, muitas vezes, acarreta prejuízos por problemas mecânicos e outros transtornos.
— Adelio Barofaldi, presidente da Associação Pan Amazônia e da Associação dos Pecuaristas de Rondônia
Além disso, Barofaldi acredita que a área urbana de Rondônia também terá um ganho significativo na mobilidade. “Ao tirar o fluxo de caminhões da Avenida Jorge Teixeira, o rondoniense vai ter alívio nos deslocamentos por esta importante via para o município”, completa.
Infraestrutura e logística integradas
Um estudo da Esalq reforça a necessidade de ampliar a intermodalidade no transporte de cargas, uma demanda antiga do Arco Norte, corredor logístico que inclui o terminal hidroviário do Rio Madeira, em Porto Velho.
Nesse contexto, a Rota Agro Norte, projeto conduzido pela Nova 364, promete revolucionar o transporte de grãos até o porto. Serão 34,5 quilômetros de pista nova que compõem o Expresso Porto, interligando a BR-364, no km 693, à Estrada Penal (RO-005), ao Terminal Bertolini Cujubim e ao Terminal Amaggi.
Caso seja antecipada para o próximo ano, a construção do Expresso Porto incluirá a execução de sete acessos que vão eliminar travessias em nível na rodovia, 220 metros de barreiras acústicas, seis rotatórias alongadas e um dispositivo de acesso e retorno, em uma obra estimada em cerca de R$ 210 milhões.
A concessionária também prevê a construção de três Pontos de Parada e Descanso (PPDs), oferecendo conforto e estrutura adequada aos caminhoneiros. Além disso, o contrato de concessão contempla faixas adicionais, duplicação de 107 quilômetros e dispositivos que eliminam travessias em nível, promovendo mais fluidez ao tráfego.
Investimentos para 2026
A Nova 364 já possui um amplo pacote de investimentos programados para o próximo ano.
O motorista profissional terá em breve pontos de referência para o descanso e conforto, com o início das obras das três Paradas de Descanso (PPDs) previsto para o próximo ano.
A segurança viária também será reforçada com a instalação de três pontos de pesagem de caminhão por sistema de pórtico, utilizando a tecnologia HS WIM (High Speed Weigh In Motion), que realiza a pesagem sem a necessidade de deslocamento do veículo para as baias convencionais de balanças.
Ademais, em 2026, o trabalho intersetorial das equipes será intensificado para o avanço nas obras previstas até 2030 no contrato de concessão.
A conectividade será outro marco da concessão a partir da instalação de torres com transmissão de 4G/5G por toda extensão, de Porto Velho a Vilhena, eliminando áreas de sombra de sinal.
As intervenções das frentes de trabalho prosseguirão com melhorias contínuas, mantendo todo o trecho concedido no ciclo de pavimento, aliado à manutenção da sinalização horizontal e vertical.






