Mesmo com a redução do acervo processual brasileiro para 80,6 milhões de casos, empresas têm buscado na inteligência artificial (IA) um caminho para otimizar suas operações jurídicas. Segundo a Docato, a digitalização de 94% dos processos não eliminou gargalos, e a IA surge como infraestrutura para o contencioso corporativo.
IA impulsiona a eficiência no contencioso
De acordo com Cláudio Bernardo, sócio e CRO da Docato, muitas operações jurídicas ainda dependem de etapas manuais, o que compromete a eficiência. A automação, especialmente no fluxo de defesa, tem se mostrado crucial. A IA auxilia na organização de subsídios, consolidação de riscos e padronização de teses, elevando o rigor técnico das contestações.
Quando a defesa passa a ser construída sobre subsídios completos, riscos consolidados e teses alinhadas, o jurídico atua com mais rigor técnico mesmo diante de grandes volumes e isso se reflete no êxito.
— Cláudio Bernardo, sócio e CRO da Docato
Garantias judiciais sob nova gestão
Além disso, a governança de garantias judiciais é outra área impactada pela IA. Desafios como depósitos não conciliados e divergências entre bases de dados podem ser superados com a automação, revelando valores significativos antes despercebidos. A otimização contínua não só libera capital imobilizado, como também corrige distorções históricas e facilita auditorias.
Para Cláudio, a tendência é que a adoção de IA se fortaleça nos próximos anos, impulsionada pelo crescimento do mercado de tecnologia jurídica no Brasil. Empresas com estruturas fragmentadas tendem a acelerar essa adoção, buscando não apenas eficiência, mas também sustentação operacional e previsibilidade.
Cenário de crescimento para lawtechs
O mercado de tecnologia jurídica no Brasil, que já conta com mais de 430 lawtechs e legaltechs mapeadas pela Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs (AB2L), demonstra um cenário propício para a inovação no setor. Nesse contexto, a inteligência artificial se apresenta como uma ferramenta indispensável para otimizar processos e impulsionar a eficiência nas operações jurídicas corporativas.






