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Batata-doce biofortificada impulsiona famílias no Jequitinhonha

Batata-doce biofortificada impulsiona famílias no Jequitinhonha

O período chuvoso marca o início de um novo ciclo do Programa Raízes do Vale, beneficiando centenas de famílias no Vale do Jequitinhonha (MG). A iniciativa da Aperam BioEnergia, que está em sua safra 2025/2026, alcança 24 comunidades, cerca de 260 famílias e 120 hectares de terras cedidas para o plantio da agricultura familiar em consórcio com o eucalipto renovável da Aperam.

Novas variedades de batata-doce

A grande novidade deste ciclo é a introdução de variedades biofortificadas de batata-doce, resultado de uma parceria entre a Aperam BioEnergia, Fundação Aperam Acesita e a Universidade Estadual Paulista (Unesp). As cultivares Maria Eduarda, Maria Isabel e Maria Rita, em desenvolvimento desde 2012, possuem até 20 vezes mais betacaroteno (precursor da vitamina A) do que a cenoura.

Segundo o Ministério da Saúde, regiões como o Vale do Jequitinhonha apresentam índices acentuados de deficiência desse nutriente, condição que afeta especialmente o desenvolvimento infantil. A iniciativa visa, portanto, combater essa deficiência nutricional.

A proposta foi desenvolver um alimento naturalmente rico em vitamina A, capaz de suprir a necessidade nutricional e, ao mesmo tempo, fazer parte da alimentação cotidiana do brasileiro. A tecnologia social e as cultivares, fruto de anos de pesquisa, estão disponíveis para toda a sociedade, especialmente agricultores familiares e de subsistência.

— Pablo Forlan Vargas, professor da Unesp e coordenador executivo do Centro de Raízes e Amidos Tropicais

Além disso, o professor reforça que todas as ações no território serão conduzidas considerando a experiência acumulada pelo Raízes do Vale e o conhecimento dos agricultores familiares sobre o solo e o clima da região. “Realizaremos visitas técnicas regulares para acompanhar o cultivo, o desenvolvimento das plantas, a colheita e os resultados obtidos”, afirma.

Expansão do programa

Para Tony Terra Beraldo, gerente de Responsabilidade Social da Aperam BioEnergia, a introdução das variedades biofortificadas tem potencial para melhorar a qualidade alimentar das famílias e ampliar o impacto social e nutricional do programa. “O cultivo da batata-doce biofortificada foi iniciado em três comunidades-piloto, onde especialistas da Unesp acompanharão cada etapa da safra. A expectativa é expandir a experiência para todas as comunidades do Raízes do Vale já na próxima temporada”, ressalta.

Diversificação e segurança alimentar

Uma das comunidades que recebeu as cultivares biofortificadas de batata-doce é Ribeirão dos Santos Acima, no município de Minas Novas. Tradicionalmente dedicada ao cultivo da mandioca, a comunidade agora vive a expectativa de ampliar sua produção com a nova variedade introduzida pelo programa.

A parceria com a Aperam tem ampliado nossa produção e fortalecido a renda das famílias. Agora, com a batata-doce, esperamos diversificar ainda mais e melhorar a qualidade da alimentação.

— Maurílio Alves da Silva, produtor rural e integrante da associação local

Atualmente, 13 famílias cultivam mandioca em cinco hectares de terras cedidas pela Aperam BioEnergia. A colheita abastece a fábrica de farinha local e o produto é comercializado no Mercado Municipal de Minas Novas e em cidades vizinhas. “Boa parte do nosso sustento vem dessa produção. A farinha feita aqui tem boa saída e já é reconhecida na região”, explica Maurílio.

Apoio técnico e agricultura familiar fortalecida

No Raízes do Vale, cada comunidade recebe, em comodato, até cinco hectares dentro das áreas de florestas plantadas de eucalipto da Aperam BioEnergia. A empresa oferece apoio completo para o preparo do solo e assistência agronômica para o cultivo de culturas voltadas à agricultura familiar.

Além disso, os moradores também passam por treinamentos de educação ambiental e segurança no trabalho e recebem os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) necessários para as atividades de manejo.

A contribuição da Aperam vai muito além do acesso à terra. Temos apoio técnico, insumos e orientação permanente. Isso faz toda diferença para garantir uma produção forte e sustentável. Tudo isso tem contribuído para resultados cada vez melhores.

— Maurílio Alves da Silva, produtor rural e integrante da associação local

A última safra do Raízes do Vale (2024/2025) já havia apresentado resultados expressivos. Foram contabilizadas mais de 4,7 toneladas de feijão, 3,6 toneladas de milho e 17 toneladas de mandioca. Considerando apenas essas principais culturas, o volume total ultrapassou 25 toneladas de alimentos.

Por fim, o novo ciclo tende a ampliar ainda mais esse impacto. “O Raízes do Vale mostra que é possível integrar floresta, agricultura e comunidade em um modelo sustentável, que gera renda, diversidade produtiva e segurança alimentar”, conclui Tony Terra.

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