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Mercado de loteamentos: perspectivas e desafios para 2026

Mercado de loteamentos: perspectivas e desafios para 2026

O setor de loteamentos se prepara para um 2026 promissor no mercado imobiliário brasileiro, impulsionado pelo desempenho robusto de 2025 e pelas condições favoráveis à expansão urbana. No entanto, a Associação das Empresas de Loteamento Urbano (AELO) ressalta que superar desafios como a Reforma Tributária e a alta taxa de juros será crucial para um ambiente de negócios ainda melhor.

Desempenho de 2025 anima mercado de loteamentos

Em 2025, o mercado nacional de loteamentos apresentou altas expressivas no Valor Geral de Vendas (VGV) acumulado, ultrapassando 20% em alguns segmentos. Além disso, a valorização média do metro quadrado em loteamentos fechados atingiu até 14%. Em São Paulo, as vendas cresceram 20% de janeiro a setembro, com um estoque baixo, representando apenas 24,3% do total lançado desde 2019. Esses indicadores, portanto, apontam para um setor saudável, com oferta adequada e forte absorção de novos empreendimentos, cenário que deve se manter em 2026.

Uma pesquisa recente da AELO em parceria com o Secovi-SP revela que, mesmo com oscilações pontuais nos lançamentos ao longo do ano, o segmento registrou crescimento consistente em vendas, valorização e geração de valor. Assim, o setor se consolida como uma das atividades mais dinâmicas e resilientes da economia.

Juros altos ainda preocupam

A AELO destaca que a manutenção da atratividade do segmento em 2026 dependerá do ambiente macroeconômico, especialmente da trajetória dos juros. A taxa Selic elevada em 2025, segundo a associação, reduziu o interesse de investidores por operações estruturadas e adiou decisões de compra em alguns nichos. O presidente da AELO, Caio Portugal, enfatiza que a queda da Selic é fundamental para destravar investimentos e fortalecer o ritmo de expansão dos loteamentos.

Quando a taxa se mantém elevada, os setores produtivos ficam aquém da sua capacidade de gerar emprego e renda. Não há alternativa: é preciso responsabilidade fiscal para permitir juros mais baixos.

— Caio Portugal, presidente da AELO

Reforma Tributária e segurança jurídica

A aprovação da Reforma Tributária, por outro lado, trouxe previsibilidade e avanços importantes para o setor, ao reconhecer suas especificidades e manter condições adequadas de operação. De acordo com Caio Portugal, pontos como o redutor de alíquota de 50%, o redutor social de R$ 30 mil por lote e regras claras sobre doações de áreas públicas e parcerias entre loteador e terrenista foram garantidos no texto sancionado.

A regulamentação que ocorrerá em 2026 será decisiva para assegurar segurança jurídica e neutralidade tributária na atividade de parcelamento do solo urbano.

— Caio Portugal, presidente da AELO

Lote Legal: campanha contra a clandestinidade

Além dos fatores econômicos, 2026 também será um ano estratégico para a agenda de segurança jurídica e proteção ao consumidor. A AELO está reforçando a campanha ‘Lote Legal’, com presença em canais digitais, parcerias institucionais e ações educativas, com o objetivo de fortalecer a cultura da legalidade e combater práticas que prejudicam compradores e concorrentes honestos.

Nem todo lote é o que parece ser. A documentação é o primeiro passo para não cair em armadilhas.

— Caio Portugal, presidente da AELO

Oportunidades e desafios em 2026

A combinação de mercado aquecido, melhora gradual nos indicadores macroeconômicos e reforço regulatório cria um ambiente propício para o setor de loteamentos crescer de forma sustentável em 2026. A expectativa é de aumento moderado dos lançamentos, continuidade no crescimento das vendas e manutenção da valorização dos preços, acompanhando a maior qualificação dos projetos.

Para a AELO, 2026 será um ano de desafios e oportunidades. A entidade continuará atuando junto ao poder público, investidores, empreendedores e consumidores para garantir um mercado saudável, responsável e alinhado às novas demandas das cidades brasileiras.

Temos um ano cheio: eleições e compromissos pela austeridade fiscal, assim como, a Copa do Mundo, que de alguma forma retira a atenção dos consumidores.

— Caio Portugal, presidente da AELO

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