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Teste genético para câncer de mama no SUS: realidade em Goiás

Teste genético para câncer de mama no SUS: realidade em Goiás

O avanço da medicina de precisão tem transformado a prevenção e o tratamento do câncer, especialmente os tumores de mama. Estes são os mais comuns entre as mulheres no Brasil e a principal causa de mortalidade feminina. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), estima-se que ocorram mais de 73 mil novos casos anuais entre 2023 e 2025.

Nesse contexto, a relevância dos testes genéticos cresce, pois eles identificam mutações hereditárias que aumentam a predisposição à doença. Isso permite a adoção de medidas preventivas antes do surgimento dos nódulos. Arthur Silva, gerente regional LATAM de Diagnósticos de Oncologia e Precisão da QIAGEN, destaca essa tecnologia como um divisor de águas na luta contra o câncer de mama.

“Além da mamografia, principal exame para diagnóstico precoce, o sequenciamento de nova geração (NGS) possibilita analisar trechos específicos do DNA. Assim, é possível identificar mutações associadas a diversos tipos de câncer hereditário. Alterações nos genes BRCA1 e BRCA2, por exemplo, elevam o risco de câncer de mama, ovário, próstata e pâncreas. Essa informação antecipada fornece subsídios para decisões clínicas, reduz custos futuros ao sistema de saúde e abre caminho para decisões clínicas mais assertivas”.

— Arthur Silva, gerente regional LATAM de Diagnósticos de Oncologia e Precisão da QIAGEN

Como funciona o teste genético para câncer de mama

Silva explica que o exame genético para o câncer de mama pode ser feito a partir de uma amostra de sangue ou saliva. Essa amostra é processada em laboratório com kits de reagentes e equipamentos de tecnologia avançada. A QIAGEN é uma das fornecedoras desses kits. Se uma mutação for encontrada, o resultado indica um risco maior de desenvolver determinados tumores.

“Isso permite que médicos orientem os pacientes sobre cirurgias preventivas, rastreamentos regulares ou mudanças de estilo de vida. Por outro lado, quando não há mutações, o acompanhamento médico continua importante, mas o risco é considerado menor”, pontua Silva.

Disponibilidade no SUS

Apesar do potencial transformador, a disponibilidade do teste genético no Sistema Único de Saúde (SUS) ainda é limitada. Em 2015, o Rio de Janeiro instituiu a “Lei Angelina Jolie” (Lei nº 7.049/2015), abrindo caminho para a oferta do exame no SUS. Minas Gerais, Distrito Federal, Amazonas e Goiás também aprovaram legislações semelhantes. No entanto, apenas Goiás implementou o serviço de fato.

Goiás como pioneiro na oferta do teste

Em Goiás, a iniciativa é resultado de uma parceria entre a Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) e a Universidade Federal de Goiás (UFG), dentro do programa Goiás Todo Rosa. Desde o início de 2024, foram realizados 409 exames gratuitos, identificando 73 casos positivos em pacientes e familiares até maio de 2025. Todas as pessoas diagnosticadas recebem acompanhamento pelo SUS.

“Para pacientes com convênio médico, o exame já integra o rol de procedimentos obrigatórios da ANS quando há histórico familiar de câncer. Contudo, o grande desafio é expandir essa oferta a todos. Esperamos que mais estados avancem do papel para a prática, como Goiás fez ao integrar políticas públicas e instituições de pesquisa, garantindo acesso equitativo a uma ferramenta que pode salvar milhares de vidas”, conclui Silva.

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