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Indústria 5.0 no Amazonas: Inovação e Talento Humano

Indústria 5.0 no Amazonas: Inovação e Talento Humano

A transformação digital avança no Brasil, e a Indústria 5.0 busca garantir que todas as regiões da Amazônia participem dessa revolução. Em Manaus, especialistas e autoridades se reuniram para discutir inovação, digitalização e sustentabilidade no comércio exterior e na indústria local. A seguir, entenda os principais pontos debatidos e como a região pode se beneficiar.

Brasil Acelera na Adoção de Tecnologias da Indústria 5.0

O Brasil tem vivenciado um período de rápida evolução tecnológica. Dados do IBGE mostram que, em 2024, 41,9% das indústrias brasileiras com mais de 100 funcionários já utilizavam inteligência artificial. Este número representa um aumento de 147,9% em relação a 2022, quando o percentual era de apenas 16,9%. Além disso, a pesquisa do IBGE indica que, até setembro de 2025, 89,1% das empresas industriais devem empregar ao menos uma tecnologia digital avançada, como computação em nuvem (77,2%), robótica (30,5%) e manufatura aditiva (20,3%).

No entanto, essa adoção de tecnologias enfrenta desigualdades regionais. Enquanto o Sudeste e o Sul avançam rumo à automação e à integração digital, a Amazônia precisa acelerar sua modernização para não ficar para trás.

Celiomar Gomes, coordenador da Comissão de Comércio Exterior do CIEAM (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), destaca a importância de acompanhar esse movimento:

Esses números mostram que o Brasil está se movendo em direção à Indústria 5.0, mas o desafio é garantir que o Polo Industrial de Manaus (PIM) acompanhe esse movimento. Precisamos investir em capacitação e tecnologia para que a região se mantenha competitiva globalmente.

— Celiomar Gomes, coordenador da Comissão de Comércio Exterior do CIEAM

Para discutir esses desafios, o CIEAM promoveu o “I Fórum de Comércio Exterior na Amazônia (COMEXA): Novas Fronteiras da Competitividade para a Indústria 5.0”. O evento ocorreu em Manaus e reuniu especialistas para debater o futuro da indústria na região.

A Transformação Digital e o Fator Humano

A Indústria 5.0 representa um novo patamar na produção global, onde automação e inteligência artificial se aliam à criatividade e ao talento humano. Diferente da Indústria 4.0, focada em máquinas e dados, a 5.0 busca colocar o ser humano no centro da inovação, promovendo uma produção mais inteligente, sustentável e colaborativa.

O executivo explica:

A Indústria 4.0 foi marcada pela mecanização e robotização. A 5.0 veio para corrigir esse desequilíbrio, equilibrando o uso das máquinas com o talento humano. É a integração entre tecnologia e sensibilidade, inovação e sustentabilidade.

No Brasil, a sustentabilidade se firma como um pilar estratégico. Uma pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria), realizada em fevereiro de 2025, revelou que 60% das indústrias já adotam práticas de economia circular, enquanto 34% investem em reciclagem como parte de seus processos produtivos.

Celiomar ressalta o potencial da região:

A Amazônia tem potencial para liderar essa agenda. O Polo Industrial de Manaus pode ser referência em inovação sustentável, transformando resíduos em valor e desenvolvendo produtos com base em nossa biodiversidade.

Fórum de Comércio Exterior na Amazônia: Rumo ao Futuro

O fórum promovido pelo CIEAM reuniu autoridades e líderes industriais para discutir como a Indústria 5.0 pode impulsionar a competitividade, a inovação e a sustentabilidade do PIM. O evento contou com mesas-redondas sobre digitalização do comércio exterior, logística internacional, sustentabilidade, inovação tecnológica e capacitação humana.

Entre os participantes, destacaram-se Bosco Saraiva (Superintendente da Suframa), Lúcio Flávio de Moraes (Presidente Executivo do CIEAM) e Mônica Cristina Duarte (Coordenadora-geral de Facilitação do Comércio do MIDIC). Além deles, também estiveram presentes o professor Jorge Bispo (auditor fiscal aposentado da Receita Federal), o professor Carlos Manuel Taboada Rodrigues (UFSC) e a Dra. Nazaré Toyoda (Gerente de Operações da Lumicenter).

Celiomar conclui:

Nosso propósito com este fórum é provocar a indústria a agir. O comércio exterior está mudando, e o Brasil precisa se antecipar. Queremos que, daqui a um ano, possamos afirmar que a Indústria 5.0 já é realidade no PIM.

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