ONG lança app ‘Mulheres de Peito’ com apoio do Serpro

Mulheres utilizando o aplicativo Mulheres de Peito em seus celulares.

Imagem meramente ilustrativa.

Com o apoio do Serpro, a ONG paraibana Mulheres de Peito lançou um aplicativo para facilitar a busca e o atendimento de mulheres com suspeita de câncer de mama no interior do estado. A tecnologia, patrocinada pelo Serpro via edital do Programa Agora 2M, tem como objetivo promover a busca ativa de casos suspeitos e, dessa forma, contribuir para salvar vidas de mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

Como funciona o aplicativo Mulheres de Peito?

De acordo com a médica mastologista Cristiane Araújo, presidente da ONG Mulheres de Peito, o trabalho busca mulheres com suspeita de câncer de mama, realizando uma busca ativa daquelas que identificam nódulos na mama. A partir da identificação das suspeitas, a ONG oferece o suporte necessário para a realização de ultrassom e biópsia, buscando um diagnóstico rápido.

Buscamos mulheres com suspeita de câncer de mama e nossa metodologia realiza uma busca ativa às que identificam nódulos na mama. A partir dessas suspeitas, a ONG vai atrás dessas mulheres para fazer o ultrassom, a biópsia e dar o diagnóstico o mais rápido possível.

— Cristiane Araújo, médica mastologista e presidente da ONG Mulheres de Peito

A instituição Mulheres de Peito está localizada no município de Cuité, que possui cerca de 20 mil habitantes e está localizado no centro-norte da Paraíba. Após ser selecionada pelo edital Agora 2M, do Serpro, no final de 2023, a entidade buscou o Núcleo de Tecnologias Estratégicas em Saúde (Nutes), da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), para desenvolver o sistema.

Tecnologia inovadora para acelerar diagnósticos

Cristiane destaca que o patrocínio do Serpro trouxe um elemento fundamental: tecnologia inovadora. Além disso, ela ressalta a importância da velocidade na identificação de casos suspeitos.

Após uma jornada de especificações e estudos, hoje estamos lançando o aplicativo Mulheres de Peito que, com o patrocínio do Serpro, vai nos avisar das suspeitas de câncer de forma muito mais rápida e efetiva. O patrocínio do Serpro trouxe um elemento fundamental: tecnologia inovadora. E tecnologia é uma coisa cara.

— Cristiane Araújo, médica mastologista e presidente da ONG Mulheres de Peito

Impacto e alcance do aplicativo

Cristiane Araújo acredita que os resultados do aplicativo serão imediatos. Ela explica que, se antes, de forma analógica, a ONG conseguia dar de 15 a 20 diagnósticos por mês de câncer, com o uso do app pela população, espera-se dobrar essa capacidade de busca ativa e de diagnósticos entregues ao poder público.

Segundo ela, a maior causa de diagnósticos tardios é a falta de acesso da população à informação e ao diagnóstico precoce. Por isso, a plataforma vai ampliar esses acessos e levar o projeto às periferias. A intenção é alcançar os 243 municípios da Paraíba e, futuramente, servir de modelo para todo o Brasil.

Para a mastologista, toda essa iniciativa é uma forma de devolver à população o que foi recebido. Ela cita o exemplo de seus estudos em universidade pública e o patrocínio do Serpro como exemplos de retribuição à sociedade.

Eu, por exemplo, estudei em universidade pública e acredito que estou devolvendo o que o Estado me deu. Já o Serpro, com esse patrocínio, é uma empresa pública e também está devolvendo um benefício gigantesco de forma direta à população.

— Cristiane Araújo, médica mastologista e presidente da ONG Mulheres de Peito

Disponibilidade do aplicativo

O app Mulheres de Peito está disponível para Android na Play Store. Ele foi desenvolvido em código aberto, permitindo que outras instituições possam mapear e acompanhar mulheres em situação de vulnerabilidade.

Outras iniciativas do Programa Agora

Lançado pelo Serpro em 2023, o Programa Agora é uma iniciativa social da empresa pública para impulsionar a inclusão sociodigital de grupos minorizados no Brasil. O programa conta com iniciativas voltadas especialmente para mulheres, como o Donas Tech e o Mulheres in Tech, que capacitaram alunas em Vitória da Conquista (BA) e Itambém (PE).

Além disso, o Viva Babaçu promoveu o lançamento, no início do ano, em Augustinópolis (TO), de um aplicativo sob medida para as quebradeiras de coco da região do Bico do Papagaio.

É muito tocante ver os resultados práticos dos projetos lançados pela empresa. Em Tocantins, por exemplo, testemunhamos em primeira mão o empoderamento do grupo de senhorinhas que têm dedicado toda uma vida ao extrativismo.

— Dedite, supervisora do departamento de Investimento e Responsabilidade Social do Serpro


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