O Brasil manteve um superávit comercial em 2025, mesmo com a guerra tarifária entre EUA e China. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o saldo positivo foi impulsionado pelas exportações do agronegócio e produtos industrializados.
Estratégias para aproveitar o superávit
Thiago Oliveira, CEO da Saygo, destaca três pontos cruciais para empresas aproveitarem esse cenário favorável:
- Uso do Drawback para reduzir até 18% dos custos de exportação.
- Diversificação de mercados, com destaque para Europa e Sudeste Asiático.
- Digitalização logística e cambial, garantindo mais eficiência e previsibilidade.
Essas estratégias têm permitido que empresas brasileiras ampliem sua presença global e mantenham suas margens, mesmo com tarifas que já ultrapassam 100% em alguns setores.
Drawback: Redução de custos nas exportações
O regime de Drawback é um mecanismo que permite a suspensão ou isenção de tributos sobre insumos utilizados na produção de bens para exportação. Segundo o MDIC, essa ferramenta pode gerar uma economia de até 18% no custo final das mercadorias.
Diversificação de mercados: Novos destinos para exportações
Com a imposição de tarifas adicionais pelos EUA, empresas brasileiras têm expandido seus embarques para a União Europeia e o Sudeste Asiático. Países como Vietnã e Indonésia têm aumentado a demanda por commodities, enquanto a Europa valoriza produtos de maior valor agregado.
Digitalização: Eficiência nos processos logísticos e cambiais
Ferramentas como plataformas integradas de gestão permitem prever gargalos, controlar o câmbio e reduzir o tempo de operação. Atualmente, uma importação no Brasil leva, em média, 13 dias úteis, o dobro da média global, conforme dados do Banco Mundial e da CNI.
Cenário desafiador e a importância da agilidade
Apesar do avanço, o cenário continua desafiador. A reeleição de Donald Trump e a retomada de medidas protecionistas elevaram as tarifas sobre aço, carnes e suco de laranja brasileiros, exigindo uma readequação de contratos e novas estratégias.
Para Oliveira, a agilidade é um diferencial. Além disso, ele reforça:
As empresas que estruturam operações com governança, dados e planejamento tributário conseguem não só reduzir riscos, mas também conquistar mercado quando concorrentes ficam para trás.
— Thiago Oliveira, CEO da Saygo
O saldo comercial positivo indica que, apesar das incertezas, o país conseguiu se reposicionar nas rotas globais. A expectativa é que a combinação de inteligência de mercado, regimes fiscais como o Drawback e investimentos em tecnologia logística mantenha o Brasil entre os fornecedores estratégicos para diferentes blocos econômicos até o fim de 2025.
Oliveira ainda conclui:
O superávit comercial de 2025 mostra a força do agronegócio e da indústria brasileira, mas também escancara os riscos de depender de poucos mercados. A guerra tarifária entre EUA e China reforça que diversificação não é opção, é necessidade. Regimes como o Drawback, aliados à digitalização e à gestão cambial, são ferramentas decisivas para manter a competitividade. As empresas que estruturarem suas operações com governança e visão estratégica conseguirão não apenas atravessar este cenário, mas conquistar espaço nas rotas globais.
— Thiago Oliveira, CEO da Saygo
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