Fraudes no PIX Abalam Confiança e Exigem Resposta Coletiva

Fraude no PIX: Tela de celular exibindo transação suspeita.

Imagem meramente ilustrativa.

O recente ataque hacker contra a Sinqia, em agosto, e a tentativa de desvio de R$ 1 bilhão na C&M Software revelam uma nova e preocupante tendência: a mira dos criminosos digitais se volta para os fornecedores de tecnologia que conectam bancos e fintechs, expondo vulnerabilidades críticas no sistema de pagamentos instantâneos (PIX).

Impacto das Fraudes no Sistema Financeiro

Esses incidentes, além de gerarem prejuízos financeiros, afetam a confiança no sistema financeiro como um todo, mesmo quando os clientes finais não são diretamente impactados. Afinal, a percepção de fragilidade corrói a credibilidade do ecossistema e pode levar à retração no uso de canais digitais.

A escala das fraudes financeiras é alarmante tanto globalmente quanto no Brasil. Estimativas da Nasdaq apontam que US$ 3,1 trilhões em recursos ilícitos circularam pelo sistema financeiro em 2023, resultando em perdas globais de aproximadamente US$ 485,6 bilhões. No Brasil, o cenário é ainda mais preocupante: 77% das instituições financeiras relatam aumento nas tentativas de fraude, e 68% registram crescimento das perdas com crimes financeiros, índices acima da média global, de acordo com pesquisas do Serasa e Febraban.

Quase metade dos bancos brasileiros enfrenta perdas anuais de oito dígitos devido a fraudes, e 46% já foram multados em valores também na casa dos oito dígitos, evidenciando a necessidade urgente de estratégias mais eficazes de prevenção e combate a esses crimes.

— Levantamento do Banco Central do Brasil (Bacen)

A Confiança como Alvo Principal

Esses números confirmam que a confiança é o verdadeiro alvo dos criminosos. Para o consumidor, pouco importa se o ataque aconteceu em um banco, em uma fintech ou em um provedor terceirizado. O que ele enxerga é que o sistema falhou.

A consequência vai além da perda financeira: retração no uso de canais digitais, erosão de reputação e pressão regulatória mais severa. É crucial que as instituições financeiras adotem uma abordagem proativa e coletiva para proteger o sistema.

A Biometria Comportamental como Solução

Estudos recentes da BioCatch revelam que 74% dos bancos brasileiros já adotam análise comportamental para combater crimes financeiros, alinhados à tendência global de transformar a biometria comportamental em peça-chave de resiliência. Essa tecnologia identifica padrões sutis no comportamento digital do usuário, detecta contas laranja antes da primeira fraude e reconhece sinais de coação ou manipulação remota de dispositivos em tempo real.

Além disso, instituições que investem nesse tipo de análise são menos propensas a perder valores acima de US$ 10 milhões por ano em fraudes. Em um país onde 83% dos líderes reconhecem a ligação entre fraude, tráfico humano e terrorismo, e 89% pedem mais intervenção regulatória para conter a lavagem de dinheiro, a adoção de camadas proativas de proteção não é apenas um diferencial competitivo, mas um requisito de sobrevivência.

Responsabilidade Compartilhada e Resiliência

O ataque à Sinqia deixa claro que a responsabilidade pela proteção do sistema é compartilhada. Bancos, fintechs, provedores de tecnologia, reguladores e autoridades policiais precisam agir em sintonia.

A confiança é o ativo que sustenta o sistema financeiro e, uma vez abalada, exige muito mais esforço para ser reconstruída. A biometria comportamental se consolida como a ferramenta capaz de transformar essa responsabilidade em resiliência, protegendo não apenas o dinheiro em circulação, mas a própria credibilidade do ecossistema financeiro brasileiro.

A biometria comportamental se consolida como a ferramenta capaz de transformar essa responsabilidade em resiliência, protegendo não apenas o dinheiro em circulação, mas a própria credibilidade do ecossistema financeiro brasileiro.

— Diego Baldin, Engenheiro de Soluções LATAM da BioCatch


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