O mercado financeiro segue atento ao cenário político e à inflação nos Estados Unidos. A seguir, confira a análise da Ourominas sobre o câmbio e o mercado do ouro.
Análise do Câmbio: Cenário Atual e Perspectivas
O dólar comercial encerrou o pregão em queda, cotado a R$5,40. A taxa Selic permanece em 15% ao ano, conforme definido na última reunião do Copom. A expectativa é de que se mantenha nesse patamar até o fim de 2025, com possíveis cortes apenas em 2026.
As projeções para o câmbio indicam revisão para baixo, com o dólar projetado em R$ 5,55 em 2025 e R$ 5,60 em 2026.
No Brasil, o IPCA registrou queda de 0,11% em agosto, segundo dados divulgados pelo IBGE. Apesar da deflação, o resultado ficou abaixo do esperado pelo mercado, que previa uma queda de 0,15%.
Impacto do Cenário Político no Câmbio
O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) também está sendo monitorado de perto pelo mercado. A decisão pode gerar volatilidade cambial e afetar a confiança de investidores estrangeiros, além de influenciar as relações comerciais e tarifas internacionais.
Além disso, o histórico de tarifas aplicadas pelo ex-presidente americano Donald Trump demonstra que questões políticas internas podem gerar impactos econômicos externos.
Política Monetária Americana e o Dólar
Nos Estados Unidos, há expectativa de cortes de juros pelo Federal Reserve a partir de setembro. Essa medida pode pressionar o dólar para baixo e beneficiar moedas emergentes. Investidores também estão de olho nos dados de emprego e inflação nos EUA, que podem influenciar a política monetária americana.
O mercado acompanha de perto a inflação e as decisões políticas, tanto no Brasil quanto nos EUA, para calibrar suas estratégias.
Análise do Ouro: Desempenho e Perspectivas Futuras
O ouro iniciou esta quinta-feira em leve queda. A onça-troy é negociada em torno de US$ 3.655,80 no mercado internacional, com uma desvalorização próxima de 0,3% em relação ao pregão anterior. No Brasil, a cotação acompanha esse movimento e está próxima de R$20.550,80 por onça, o que equivale a cerca de R$ 638 por grama.
A baixa reflete a cautela dos investidores, que aguardam a divulgação de dados econômicos cruciais para ter mais clareza sobre o futuro da política monetária americana.
Fatores Internacionais que Influenciam o Ouro
No cenário internacional, os investidores aguardam a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA, que será determinante para as próximas decisões do Federal Reserve (Fed) sobre a taxa de juros. Caso o índice aponte para uma inflação mais controlada, podem ser reforçadas as expectativas de que o Fed inicie os cortes de juros na próxima reunião.
Por outro lado, um índice mais elevado poderia adiar essa decisão, trazendo mais incerteza aos mercados. Os mercados também monitoram os novos números de produção industrial na China e os indicadores de confiança na zona do euro, que podem dar pistas sobre a saúde da economia global.
Ouro como Ativo de Refúgio
A combinação de uma postura mais cautelosa dos bancos centrais globais e de indicadores econômicos importantes em avaliação tende a manter a volatilidade no mercado do ouro no curto prazo. No entanto, o metal continua sendo uma importante proteção em um ambiente de incerteza econômica e política, consolidando seu papel de ativo de refúgio.
Projeções de bancos internacionais, como o Goldman Sachs, seguem apontando potencial de valorização do ouro para a faixa entre US$ 3.700 e US$ 4.000 até 2026, podendo chegar a US$ 5.000 em cenários de maior instabilidade.
O ouro se mantém como um porto seguro em meio às turbulências do mercado financeiro global. — Mauriciano Cavalcante, economista da Ourominas
Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.