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Poliomielite: especialista alerta sobre risco de retorno da doença

Poliomielite: especialista alerta sobre risco de retorno da doença

A baixa adesão às campanhas de imunização tem preocupado especialistas e reacendido o temor pelo retorno da poliomielite, doença erradicada no Brasil há mais de 30 anos. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o país aplicou 23,9 milhões de doses da vacina contra a poliomielite em 2023. Em 2024, o número subiu para 26,7 milhões, mas voltou a cair drasticamente em 2025: apenas 7,8 milhões de doses foram registradas no primeiro semestre, uma redução de quase 59% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A Poliomielite, ou paralisia infantil, é uma doença infecciosa e altamente contagiosa causada pelo poliovírus, capaz de provocar paralisia irreversível e, em casos graves, levar à morte. Embora o Brasil tenha sido considerado livre da doença desde 1994, a queda na cobertura vacinal acende um sinal de alerta entre as autoridades de saúde.

Transmissão e prevenção da poliomielite

Segundo Dra. Isabela Pires, pediatra da Afya Brasília, a transmissão ocorre principalmente pela ingestão de água ou alimentos contaminados com fezes de pessoas infectadas, mas também pode acontecer pelo contato com gotículas de saliva. Vale salientar, ainda, que ambientes com saneamento básico precário aumentam o risco de contágio.

Quais são os sinais e sintomas da doença?

A médica explica que os sintomas da poliomielite variam conforme a forma da doença, que pode ser assintomática, leve (não paralítica) ou grave (paralítica). As formas leves, também chamadas de não paralíticas ou abortivas, são as mais comuns e costumam ser confundidas com outras infecções virais, causando febre baixa, dor de cabeça, dor de garganta, mal-estar, náuseas, vômitos, dores musculares e, às vezes, rigidez na nuca e nas costas, desaparecendo em poucos dias sem deixar sequelas.

Já a forma grave, a mais temida e menos frequente, inicia-se com sintomas semelhantes aos da forma leve: febre, mal-estar, dor de cabeça e dores musculares, mas evolui rapidamente para fraqueza muscular súbita, geralmente em uma perna, perda de reflexos, dor intensa e dificuldade para andar, engolir ou respirar, podendo causar paralisia flácida permanente. Segundo a Dra. Isabela, as complicações mais sérias incluem deformidades nos membros, insuficiência respiratória e, em casos extremos, morte.

O cuidado se concentra em aliviar os sintomas e evitar complicações. Por isso, a única forma eficaz de prevenção é a vacinação. É fundamental que os pais levem seus filhos às unidades de saúde e mantenham o calendário vacinal atualizado.

— Dra. Isabela Pires, pediatra da Afya Brasília

A importância da vacinação contra a poliomielite

Além de proteger cada indivíduo, a imunização é essencial para interromper a circulação do vírus e garantir a proteção coletiva. “Quando vacinamos desde a infância, estimulamos o sistema imunológico das crianças a desenvolver anticorpos que as defendem de várias doenças”, completa a especialista da Afya.

Para Isabela, recuperar os índices ideais de vacinação é uma urgência de saúde pública. “O Brasil já foi referência mundial na erradicação da poliomielite. Não podemos permitir que o descuido com a imunização traga de volta uma doença que já havia sido superada”, alerta.

Ela ressalta ainda que o combate à desinformação e o fortalecimento das campanhas de imunização são medidas fundamentais para evitar o retorno do poliovírus ao país. “Vacinar é um ato de responsabilidade e de proteção não apenas individual, mas também social”, conclui.

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