A inteligência artificial (IA) transformou o mercado de trabalho. Um novo livro, intitulado “Híbridos: o futuro do trabalho entre humanos e máquinas”, do cientista de dados Ricardo Cappra, convida a uma reflexão sobre essa transformação.
O impacto da IA no trabalho
A obra explora como a IA não apenas substitui tarefas, mas também transforma a maneira como trabalhamos, tomamos decisões e entendemos nossa própria identidade. Cappra argumenta que o futuro do trabalho reside na integração consciente entre humanos e máquinas.
Um estudo do Upwork Research Institute revelou que 77% dos profissionais sentem que o uso da IA aumentou sua carga de trabalho e impactou negativamente a produtividade. Esse dado demonstra um desalinhamento entre as expectativas dos gestores e a realidade enfrentada pelos colaboradores.
A proposta do livro “Híbridos”
Em “Híbridos”, Ricardo Cappra apresenta uma análise sobre a coexistência entre pessoas e máquinas, abordando as implicações éticas, sociais e filosóficas dessa relação. O autor defende que a IA não deve ser vista como uma substituta do ser humano, mas como uma ferramenta que transforma o trabalho e a forma como nos entendemos.
Já não é possível pensar o ser humano como uma consciência isolada, e sim como parte de um sistema ampliado: seres híbridos em simbiose com máquinas, dados e algoritmos, capazes de moldar a tomada de decisões, memórias e até a noção de tempo.
— Ricardo Cappra, cientista de dados
Reavaliação das estruturas organizacionais
Com a IA assumindo funções analíticas e estratégicas, o trabalho humano pode se concentrar mais nas competências relacionais, como liderança, criatividade e empatia. No entanto, o autor alerta para o risco de uma subordinação excessiva à lógica algorítmica. Essa nova organização exige uma reavaliação das estruturas organizacionais e da distribuição de responsabilidades entre humanos e máquinas.
Equilíbrio entre eficiência e bem-estar
Além disso, Cappra aborda a importância do equilíbrio entre eficiência e bem-estar. Ele argumenta que a tecnologia deve ser utilizada para amplificar as capacidades humanas, e não para substituí-las. O livro também destaca o desafio da inclusão digital, alertando para o risco de a IA aprofundar as desigualdades sociais e econômicas caso não haja políticas públicas e acesso democratizado.
O autor, que liderou projetos globais de ciência de dados, defende uma integração responsável e consciente entre humanos e máquinas.