A recente transformação do ChatGPT em plataforma de aplicativos pela OpenAI marca o início de uma nova era para a inteligência artificial. O anúncio, comparável ao lançamento do iPhone em 2007, foi analisado por Marcel Nobre, pesquisador, professor da USP e fundador da edtech BetaLab.
ChatGPT como infraestrutura viva
Nobre destaca que a nova arquitetura da OpenAI inaugura um momento em que a IA se torna uma infraestrutura viva, colaborativa e personalizada. Se antes se falava de modelos de linguagem que respondiam a perguntas e redigiam textos, agora surge um ecossistema de agentes inteligentes capazes de agir, aprender e criar soluções específicas para necessidades humanas.
Com a abertura da plataforma e o lançamento do AgentKit, empresas, desenvolvedores e educadores podem criar seus próprios agentes de IA, assistentes especializados conectados a dados e processos reais. A personalização, segundo o especialista, será o novo padrão.
Em vez de um ChatGPT genérico, cada organização poderá construir o seu, com linguagem, propósito e comportamento próprios.
— Marcel Nobre, pesquisador, professor da USP e fundador da BetaLab
Revolução na educação e aprendizagem
Na educação, a mudança é vista como revolucionária. Imagine um ambiente de aprendizagem com um tutor de IA que compreende o ritmo, as lacunas e os objetivos de cada aluno, adaptando conteúdo e desafios em tempo real. Essa abordagem, já em experimentação, ganha escala global, alterando o papel do educador para curador de experiências de aprendizado.
Parceria OpenAI e AMD
Além disso, a parceria entre OpenAI e AMD fortalece a infraestrutura necessária para a nova economia da IA. Por trás dos agentes inteligentes, há uma disputa geopolítica e tecnológica, onde o domínio dos modelos e do ecossistema que os suporta (chips, dados, energia e talento humano) será crucial.
Ética, propósito e o futuro do trabalho
À medida que agentes inteligentes assumem tarefas complexas, repensar o papel humano se torna urgente. A questão central não é se a IA substituirá empregos, mas quais novas competências serão necessárias quando o trabalho repetitivo for automatizado. É preciso equilibrar automação e propósito, com o futuro do trabalho focado em criar, conectar e decidir conscientemente.
O ChatGPT como plataforma é um marco comparável ao surgimento da internet aberta ou dos primeiros smartphones. Mas a verdadeira revolução não está na tecnologia em si, e sim na nossa capacidade de redefinir o que significa aprender, trabalhar e inovar em parceria com a inteligência artificial.
— Marcel Nobre, pesquisador, professor da USP e fundador da BetaLab
Estamos criando ecossistemas de inteligência compartilhada, marcando uma transformação profunda em nosso tempo.






