O e-commerce no Brasil deve encerrar 2025 com um volume de US$ 418,8 bilhões movimentados, registrando uma taxa média de crescimento de 21% ao ano até 2027, de acordo com um estudo da Nuvei. Entre as tendências que impulsionam esse avanço, o PIX já é o método de pagamento preferido dos consumidores brasileiros e deve ultrapassar os cartões como principal meio de pagamento digital nos próximos dois anos.
As conclusões fazem parte do relatório consolidado “Guia de Expansão Global para Mercados de Alto Crescimento”, que encerra a primeira edição da série de estudos da Nuvei, fintech global de pagamentos, dedicada a mapear o desempenho e o potencial dos mercados emergentes. Ao longo do ano, a pesquisa analisou oito economias de destaque: Colômbia, Emirados Árabes Unidos, Brasil, África do Sul, México, Hong Kong, Chile e Índia.
PIX lidera meios de pagamento no e-commerce
No cenário brasileiro, o relatório aponta o PIX, Mercado Pago, PicPay, boleto bancário (em declínio) e PayPal como os principais meios de pagamento utilizados no comércio eletrônico. Os cartões de crédito nacionais representam 31% das transações, enquanto os internacionais somam 10%, e o parcelamento continua sendo uma prática amplamente adotada pelos consumidores.
Para o mercado brasileiro, o aprendizado é claro: os pagamentos instantâneos tornaram-se uma expectativa padrão, não mais uma alternativa. As taxas de fraude vêm melhorando, mas tecnologias como tokenização e autenticação avançada continuam sendo fundamentais para manter a segurança e a eficiência nas transações.
— Juan Jorge Soto, General Manager da Nuvei América Latina
Segundo a Nuvei, empresas que desejam expandir suas operações no setor precisam oferecer opções de pagamento locais, como PIX, cartões de crédito nacionais e carteiras digitais, além de habilitar parcelamentos e preços em real (BRL). O uso de QR Codes via PIX aumenta a conversão de vendas, enquanto o emprego de tokenização e impressão digital de dispositivos é essencial para o controle de fraudes e melhoria nas taxas de aprovação.
Inclusão financeira e crescimento global
Em escala global, o estudo revela que o volume total de e-commerce nos oito mercados analisados atingiu US$ 908,4 bilhões, com projeção de quase dobrar até 2027, alcançando US$ 1,2 trilhão, o que representa um crescimento médio anual de 19%.
Entre os países estudados, o Brasil se destaca como o maior mercado digital, movimentando US$ 418,8 bilhões. Na sequência, aparecem Índia (US$ 212,9 bilhões), México (US$ 125,7 bilhões), Colômbia (US$ 61,4 bilhões) e Chile (US$ 39,1 bilhões). Nos Emirados Árabes Unidos, cartões e carteiras digitais ainda dominam, enquanto na África do Sul o recém-lançado PayShap começa a impulsionar a inclusão financeira.
A ascensão de sistemas de pagamento locais, como o PIX no Brasil e o UPI na Índia, é apontada como um dos principais fatores por trás desse salto. Ambos os modelos se tornaram referências globais em pagamentos instantâneos, servindo de exemplo para novas iniciativas em países como México (DiMo) e Colômbia (PSE).
Geração digital impulsiona o e-commerce
O relatório destaca ainda que os oito mercados analisados abrigam quase dois bilhões de pessoas, mais da metade delas com menos de 35 anos, uma geração que já nasce digital, compra online por padrão e molda o futuro do comércio eletrônico global. Suas economias digitais crescem em ritmo de dois dígitos, impulsionadas por consumidores jovens e conectados, classes médias em expansão e políticas públicas de inclusão financeira.
Esse movimento vem sendo reforçado por iniciativas governamentais, regulamentações de open banking e inovações conduzidas por bancos centrais, como o próprio PIX e o UPI, que reduziram a dependência do dinheiro físico e integraram milhões de pessoas aos ecossistemas digitais formais. De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), as economias emergentes devem crescer, em média, 4% ao ano entre 2024 e 2029, mais que o dobro das economias avançadas.
O comércio eletrônico deve ultrapassar a marca de US$ 1,2 trilhão até 2027, e as economias emergentes continuarão crescendo em ritmo significativamente mais rápido do que América do Norte e Europa Central. O Brasil, em especial, consolida-se como um dos maiores polos de inovação em pagamentos do mundo.
— Juan Soto, General Manager da Nuvei
Para 2026, a Nuvei prepara uma nova edição do Guia de Expansão Global, com foco em novas geografias. As próximas fases do estudo deverão apoiar comerciantes e empresas internacionais a ampliarem sua base de consumidores digitais, explorando novas oportunidades de diversificação e fortalecendo o acesso a ecossistemas que inovam em velocidade sem precedentes.
A Nuvei ressalta que o avanço da Geração Z e dos Millennials nos mercados emergentes será determinante nesse processo. Essa população, altamente conectada e adepta do mobile-first, busca experiências digitais personalizadas e pagamentos instantâneos. A influência desse público tende a crescer: até 2030, três em cada quatro consumidores nas economias emergentes terão entre 15 e 34 anos.
A principal conclusão é clara: o cenário de pagamentos nos mercados de alto crescimento está evoluindo, não se substituindo. As economias digitais que mais crescem no mundo e a próxima geração de consumidores estão prontas para os comerciantes que também estiverem prontos para elas.
— Juan Soto, conclui.






