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Ação Brasileira para Consciência Digital é lançada em SP

Lançamento da Ação Brasileira para Consciência Digital em SP

A Ação Brasileira para Consciência Digital (ABCD) foi lançada em São Paulo, reunindo organizações voltadas à proteção de crianças e adolescentes nos ambientes digitais. O evento de lançamento, realizado nesta terça-feira (04/11), contou com a participação da diretoria da ABCD, incluindo a espanhola Ana Caballero, vice-presidente da Associação Europeia para a Transição Digital (AETD), além de representantes de aliados e apoiadores nacionais e internacionais.

Objetivos e atuação da ABCD

A ABCD tem como objetivo principal promover a ponte entre instituições que atuam no Brasil e no exterior na defesa dos direitos de crianças e adolescentes. A iniciativa visa gerar troca de experiências na regulação do setor digital e em iniciativas sociais de sucesso. Além disso, a organização busca realizar campanhas educativas sobre o uso seguro da internet e incentivar pesquisas e estudos sobre cidadania digital.

Durante o evento, a ABCD divulgou dados inéditos de uma pesquisa do Instituto Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e pela ABCD. Os dados apontam para uma subnotificação de casos de cyberbullying no Brasil. De acordo com o levantamento, um em cada cinco brasileiros afirmou que ao menos uma criança ou adolescente de sua família sofreu bullying – virtual ou presencial – nos últimos 12 meses, o equivalente a pelo menos 34,4 milhões de vítimas.

Parceria e dados sobre violência digital

O evento de lançamento também contou com a participação de Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, entidade parceira da ABCD. Lima abordou o crescimento da violência entre jovens no ambiente digital a partir de pesquisas e estudos conduzidos pelo fórum.

A pesquisa “Vitimização e percepção sobre violência e segurança pública: um olhar sobre crime patrimonial e violência”, organizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e realizada pelo Instituto Datafolha, revela que os desafios relacionados ao uso da internet e das redes sociais por menores de 18 anos, como o cyberbullying, ainda enfrentam subnotificação e falta de dados, dificultando o estabelecimento de métricas e ações para combatê-los.

Além disso, outro dado relevante identificado pela pesquisa é que cerca de 5% dos brasileiros – o equivalente a 8,6 milhões de pessoas -, afirmaram conhecer crianças ou adolescentes vítimas de “desafios” violentos em plataformas digitais, como práticas de automutilação e incitação à violência.

O que dizem os diretores da ABCD

Segundo Christina Carvalho Pinto, diretora da ABCD, “é urgente despertar pais e cuidadores dessa ilusão de que crianças e adolescentes, quando estão dentro de casa, estão seguros. É preciso conscientizar e fornecer ferramentas para uma parentalidade corajosa, presente e responsável”.

Com as falhas na regulação e a falta de segurança nos ambientes digitais, uma criança ou adolescente, dentro de casa, está solto num mundo imenso e desconhecido. Os fatos mostram o terrível resultado. A ABCD defende a urgência na adoção de ações relacionadas à proteção e defesa de vulneráveis no mundo digital. Meu recado inicial é simples e direto: se você quer liderar sua vida, comece liderando seu celular. Só a mudança de hábito – a começar pelos adultos – abrirá as portas para uma nova realidade, saudável e segura”. — Christina Carvalho Pinto, diretora da ABCD

De acordo com Luís Henrique Amaral, diretor-executivo da Ação Brasileira para Consciência Digital, os dados da pesquisa evidenciam que diversos crimes digitais atingem cada vez mais crianças e adolescentes em todo o Brasil.

Os dados levantados pela pesquisa evidenciam que não somente o bullying, mas diversos outros crimes digitais, como violência de diferentes formas e até mesmo indução ao suicídio, são crimes que atingem cada vez mais crianças e adolescentes em todo o Brasil. Em muitos casos, as famílias e as autoridades públicas sequer tomam conhecimento. A ABCD nasce com o objetivo de contribuir para mudar esse cenário e tornar o ambiente digital mais seguro e saudável para os jovens”, explica. — Luís Henrique Amaral, diretor-executivo da ABCD

Para Fernanda Rizzo di Lione, diretora da ABCD, é essencial entender as responsabilidades de todos para que os jovens tenham um ambiente digital mais seguro. “Precisamos estar abertos ao diálogo, à troca de opiniões e a nos expor. Ainda podemos desenvolver novas estratégias para melhor lidar com essa nova realidade trazida pela vida digital. Nesse sentido, a ABCD nasce para contribuir por meio de reflexões, estudos e propostas sobre os impactos emocionais, comportamentais e cognitivos do uso de tecnologias digitais, especialmente entre crianças, adolescentes, pais, educadores e demais atores sociais”, afirma.

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