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STF define limites do CFM na regulação de estágios em Medicina

STF define limites do CFM na regulação de estágios em Medicina

O Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmou os limites de atuação do Conselho Federal de Medicina (CFM), garantindo segurança jurídica na regulação dos estágios em medicina. A decisão ocorreu no início de outubro, quando o STF confirmou a suspensão de trechos da Resolução nº 2.434/2025 do CFM, no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 1247, proposta pela Associação dos Mantenedores Independentes Educadores do Ensino Superior (AMIES).

Entenda a decisão do STF sobre a atuação do CFM

O julgamento afastou a possibilidade de o CFM fiscalizar diretamente estágios de estudantes de medicina e interditar atividades consideradas irregulares. Segundo a Corte, essas atribuições extrapolam as competências legais do conselho e invadem a esfera de atuação da União. A decisão destacou que o CFM possui papel essencial na fiscalização do exercício profissional da medicina, mas não na regulação e supervisão do ensino superior, responsabilidades atribuídas ao Ministério da Educação (MEC).

Além disso, a resolução questionada instituía novas obrigações administrativas para as instituições de ensino superior (IES) e criava hipóteses de responsabilidade civil sem amparo legal. Entre os dispositivos suspensos estava a obrigatoriedade de exercício presencial desses coordenadores e a imposição de responsabilidade civil direta e indelegável.

Impacto da decisão para o ensino superior

De acordo com a decisão do STF, essas disposições violavam o princípio da legalidade e comprometiam a segurança jurídica do sistema educacional. O entendimento reforça que normas sobre formação acadêmica e diretrizes educacionais são de competência exclusiva da União, nos termos da Constituição Federal.

Precedente importante

O julgamento representa um importante precedente para a delimitação de competências entre o sistema profissional e o sistema educacional, preservando o equilíbrio regulatório e a autonomia das instituições de ensino. O mérito da ação ainda será apreciado pelo plenário do Supremo.

Diálogo em prol da qualidade da formação médica

Apesar das divergências pontuais quanto às competências legais, é importante reconhecer que tanto a AMIES quanto o CFM compartilham o mesmo propósito: garantir a qualidade da formação médica no país. O diálogo institucional e o respeito aos limites constitucionais são caminhos essenciais para que educação e regulação profissional avancem de forma integrada, em benefício dos estudantes, das instituições e da sociedade.

* Priscila Planelis é advogada, especialista em Direito Educacional e secretária-executiva da Associação dos Mantenedores Independentes Educadores do Ensino Superior (AMIES).

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