Ferramentas com inteligência artificial (IA) estão transformando escritórios de advocacia no Brasil. A automação de tarefas repetitivas, como organização de documentos e geração de petições, tem permitido aos advogados recuperar tempo para atividades estratégicas e de relacionamento com o cliente. Segundo Cristiano Ferreira, especialista em negócios jurídicos, a implantação dessas tecnologias proporcionou economia superior a 90 horas de trabalho em um único mês.
IA impulsiona eficiência
Essa redução, segundo Ferreira, equivale a cerca de quatro dias úteis que podem ser realocados em ações de planejamento, prospecção ou gestão. Para ele, a inteligência artificial representa uma virada de eficiência no setor, que passa a crescer sem depender do aumento de equipes.
Um levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostra que o número de projetos com inteligência artificial no Judiciário brasileiro cresceu 26% entre 2022 e 2023, alcançando 140 iniciativas em 62 tribunais. O relatório aponta que a automação tem sido utilizada principalmente na triagem de processos e análise de jurisprudência. Esses avanços impactam a rotina dos escritórios privados, que adotam soluções similares em seus fluxos internos.
Sobrecarga e tecnologia
No mercado jurídico, a pressão por produtividade é crescente. O Brasil encerrou 2024 com cerca de 84 milhões de processos em tramitação, de acordo com dados do próprio CNJ. Essa sobrecarga estimula a adoção de ferramentas digitais voltadas à jurimetria, à revisão automatizada e à gestão de documentos.
Mentalidade digital
Para Cristiano Ferreira, o uso de tecnologia só gera resultado quando vem acompanhado de uma mudança de mentalidade. Ele afirma que não basta digitalizar tarefas sem repensar o modelo de trabalho.
A inteligência artificial não substitui o raciocínio jurídico, mas amplia a capacidade analítica dos profissionais. Quando usada com propósito, ela devolve tempo e foco ao advogado.
— Cristiano Ferreira, especialista em negócios jurídicos
Ferreira explica que a automação permite eliminar retrabalho, reduzir erros e oferecer respostas mais rápidas aos clientes, o que melhora diretamente a experiência do usuário. Segundo ele, os escritórios que conseguirem integrar inteligência artificial a uma cultura de gestão orientada por dados deixarão de competir por preço e passarão a competir por valor.
Quando a tecnologia assume as tarefas operacionais, o advogado pode se dedicar àquilo que o diferencia no mercado, que é pensar estrategicamente e orientar seus clientes com visão de negócio.
— Cristiano Ferreira, especialista em negócios jurídicos
Para ele, esse é o caminho para uma advocacia mais eficiente, rentável e conectada às novas demandas do setor.






