Em 2025, o Brasil sediará a 30ª Conferência das Partes (COP30), em Belém, no Pará. A cidade oferecerá ao mundo uma plataforma para debater soluções para a mudança do clima com foco nos desafios da Amazônia.
Brasil e o multilateralismo
Como país anfitrião, o Brasil está comprometido em fortalecer o multilateralismo e a implementação do Acordo de Paris. Segundo o embaixador Maurício Lyrio, o país tem a missão de mobilizar trilhões de dólares para financiar a luta climática.
No entanto, o desafio vai além de cifras, pois se trata de provar ao mundo que é possível aliar desenvolvimento econômico, justiça social e proteção ambiental em um cenário de tensões geopolíticas, crises energéticas e desigualdades crescentes.
Oportunidades para o setor empresarial
Para o setor empresarial, a COP30 é um divisor de águas. Companhias que ainda enxergam a sustentabilidade como marketing podem perder espaço em cadeias globais que exigem transparência, metas de descarbonização e compromisso real com ESG. Hoje, estar alinhado a essas pautas é condição de sobrevivência.
O papel da educação superior
Nesse contexto, a educação superior é um eixo estratégico. Não basta formar profissionais com um diploma: é preciso formar lideranças capazes de traduzir metas globais em soluções locais, que saibam gerenciar equipes multiculturais, valorizar a diversidade e promover estratégias ESG aplicáveis a empresas de diferentes portes e que impulsionem a inovação nas finanças sustentáveis.
Projetos acadêmicos, simulações diplomáticas e masterclasses com profissionais do mercado já apontam esse caminho. Contudo, ainda precisamos dar escala a esse movimento com senso crítico e postura ética, promovendo o protagonismo que a transição verde exige, com decisões corajosas que integrem biodiversidade, saberes tradicionais e ciência em soluções globais.
Profissionais preparados para o futuro
Em um mundo com negócios cada vez mais fluidos, cresce a demanda por profissionais capazes de transitar entre diferentes culturas, compreender dinâmicas globais e responder a desafios locais com visão estratégica. Assim, formações que unem competências de gestão internacional, inovação e sustentabilidade tornam-se essenciais para preparar executivos aptos a dialogar com investidores internacionais, negociar em ambientes multiculturais e transformar metas climáticas em oportunidades de negócios.
São esses profissionais, preparados para atuar sem fronteiras, que terão papel decisivo em posicionar empresas e países na linha de frente da transição verde.
A COP30 não é apenas uma vitrine política, é um divisor de águas. Companhias que ainda enxergam a sustentabilidade como discurso de marketing correm o risco de perder espaço. — Elizabeth Ribeiro Martins, coordenadora da Graduação digital 4D em Gestão Internacional da PUCPR






