O Brasil está envelhecendo, e essa mudança demográfica já se reflete nas empresas. De acordo com o último Censo do IBGE, o país tem mais de 30 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. Esse crescimento expressivo da população idosa, aliado à escassez de mão de obra qualificada, transforma o mercado de trabalho brasileiro. A diversidade etária se torna, assim, um diferencial competitivo.
Vantagens da integração de gerações
Para lidar com esse cenário, organizações de diferentes setores apostam em equipes multigeracionais, unindo a experiência dos profissionais mais maduros à visão tecnológica dos mais jovens.
Estamos vivendo um momento em que várias gerações compartilham o mesmo espaço de trabalho, cada uma com suas características, personalidades e formas de atuar. O segredo está em fazer o match entre todas as gerações, aproveitando o potencial e a qualificação de cada profissional, independentemente da idade.
— Maurício Sousa, diretor Administrativo-Financeiro da Orguel
Maurício Sousa ainda ressalta que profissionais experientes e novatos se complementam. Os mais jovens trazem energia e curiosidade, enquanto os mais velhos agregam disciplina e visão estratégica.
Além disso, a convivência entre diferentes gerações amplia o olhar da empresa, estimula a troca de conhecimento e fortalece a cultura de aprendizado contínuo. A empresa não impõe restrições de idade em seus processos seletivos, avaliando competências, e não idade.
Equilíbrio entre sabedoria e novas ideias
Ao combinar a energia dos jovens com o conhecimento dos mais experientes, os resultados aparecem. É o equilíbrio entre sabedoria e novas ideias que move a inovação dentro das empresas.
Exemplos práticos de gerações integradas
Cláudia Simone Zólio, de 61 anos, atua na área de Qualidade da Orguel e integra uma equipe composta majoritariamente por jovens. Ela afirma nunca ter sentido discriminação por idade.
Meu coordenador é super jovem, e nossa convivência é excelente, tanto com ele quanto com o time. Tenho um espírito jovem e muita energia. Gosto de chegar e ‘sacolejar’ o pessoal. O importante é não perder o brilho no olhar.
— Cláudia Simone Zólio, área de Qualidade da Orguel
Outro exemplo é José Magno Pacheco, de 72 anos, soldador, com 48 anos de empresa. Ele acompanhou de perto a transformação tecnológica da profissão.
Antes era tudo manual, hoje trabalhamos com processos automatizados e robotizados. A empresa sempre nos treinou e incentivou a aprender. Hoje, opero qualquer máquina aqui. Sempre compartilhei o que aprendi. Digo aos mais novos: ‘vocês estão começando agora, plantem para colher mais à frente’.
— José Magno Pacheco, soldador na Orguel
José Magno construiu sua vida dentro da Orguel e, depois de quase cinco décadas, somente agora pensa em parar de trabalhar. Atualmente, a Orguel possui 54 colaboradores com 60 anos ou mais, que atuam em diferentes áreas da empresa.






