O Feirão Serasa Limpa Nome 2025 está na reta final e busca intensificar a regularização de CPFs para que os consumidores comecem 2026 sem dívidas. A ação, que segue até 30 de novembro, reúne mais de 500 empresas e oferece descontos de até 99%, além de parcelamentos a partir de R$ 9,90.
Inadimplência ainda alta
A última semana de renegociações ocorre em um cenário de inadimplência ainda elevada no país. Dados de outubro do Mapa da Inadimplência da Serasa mostram que 71,9 milhões de brasileiros estão com contas em atraso, o equivalente a 43% da população adulta. O valor médio das dívidas por pessoa chega a R$ 4.318, com predominância de débitos ligados ao crédito bancário, cartões e contas básicas.
Para o economista e educador financeiro Leonardo Baldez Augusto, a proximidade do fim do feirão tem provocado uma mobilização expressiva dos consumidores interessados em regularizar o CPF antes da virada do ano. “A regularização do CPF é decisiva para quem pretende reorganizar o orçamento. Começar 2026 sem restrições amplia a previsibilidade financeira e abre caminho para condições melhores de crédito”, afirma.
Impacto econômico das renegociações
Mutirões de renegociação como o Feirão da Serasa costumam gerar reflexos na redução dos atrasos nos primeiros meses do ano seguinte. Boletins recentes do Banco Central apontam que ciclos de renegociação podem contribuir para a diminuição gradual da inadimplência, especialmente nas dívidas de varejo e serviços financeiros.
Além disso, Baldez destaca que o impacto não se limita ao indivíduo. “Quando um grupo significativo de consumidores limpa o nome, há um efeito indireto sobre a economia. As famílias voltam a contratar serviços, conseguem retomar movimentações financeiras e reduzem o peso das restrições no cotidiano”, explica.
O economista ainda destaca que a reentrada desse consumidor no mercado formal tende a beneficiar setores de maior sensibilidade ao crédito, como comércio e serviços, criando um ambiente mais favorável para o início de 2026.
Corrida contra o tempo
A Serasa registrou, nas duas primeiras semanas de novembro, alta de 27% nas renegociações em comparação com igual período de 2024. Os principais acordos envolvem dívidas bancárias, contas de telefonia e débitos com varejistas.
Esse cenário se intensifica com a proximidade do pagamento do 13º salário, recurso que muitos consumidores destinam à regularização de pendências. “Novembro e dezembro são meses críticos porque concentram despesas essenciais. Resolver dívidas antigas evita que o início do ano comece sob pressão maior, especialmente com impostos e gastos escolares”, afirma Baldez.
Dicas para negociar suas dívidas
Especialistas recomendam cautela ao aproveitar as ofertas do feirão. Entre os pontos de atenção, destacam-se:
- Conferir a capacidade real de pagamento para evitar quebra de acordo
- Observar juros, multas e prazos do novo contrato
- Priorizar dívidas que impactam diretamente o funcionamento financeiro, como restrições bancárias ou débitos que bloqueiam serviços essenciais
Para Baldez, a renegociação é apenas a primeira etapa do processo de recomposição financeira. “É fundamental manter uma estratégia de gastos e criar reservas. Sem isso, o risco de retorno à inadimplência permanece elevado”, diz.
Perspectivas para 2026
Projeções do Boletim Focus indicam expectativa de inflação moderada e possível alívio gradual na taxa de juros ao longo de 2026. Para consumidores que regularizam dívidas agora, o cenário pode ser mais favorável na busca por crédito, renegociação de condições ou retomada de projetos adiados.
“Quem entra no ano com o CPF regularizado tem mais chances de aproveitar eventuais reduções de juros e condições melhores de negociação. Isso impacta diretamente o planejamento financeiro das famílias”, conclui Baldez.






