Hoje em dia, é comum ouvir que “não importa a aparência, importa o que está por dentro”. Essa frase pode soar bem, mas esconde uma armadilha: antes de qualquer palavra, o corpo é que fala. Como disse Nietzsche: “O corpo é o primeiro testemunho da alma”. A forma física demonstra disciplina, a capacidade de encarar o desconforto e a prontidão para proteger, prover e liderar.
A importância de parecer forte
Por essa razão, parecer forte importa, pois o corpo é o sinal mais claro das escolhas diárias. Ele reflete as virtudes. A Bíblia, em Coríntios 6:19, afirma que o corpo é o templo do Espírito Santo, o que reforça a obrigação de cuidar dele. Na Grécia Antiga, força e caráter caminhavam juntos, sem a separação moderna entre corpo e espírito. Para Aristóteles, virtude é hábito, e hábito é repetição, que deixa marcas no corpo.
Hoje, a ciência confirma essa visão. Pesquisas de Aaron Sell, publicadas na revista científica Proceedings of the Royal Society B, mostram que homens fisicamente mais fortes são vistos como mais aptos a liderar em momentos de conflito. Estudos realizados na Noruega apontam que a musculatura do tronco se conecta diretamente com o status social percebido, mesmo com roupas, linguagem e contexto iguais. A conclusão é que o mundo lê seu corpo antes de ouvi-lo.
Os perigos da cultura pós-moderna
A cultura pós-moderna tenta convencer as pessoas de que aceitar a fraqueza é autocuidado, que disciplina é opressão e que se esforçar pelo corpo é futilidade. Mas quem ganha quando um homem perde a própria força? Certamente não é ele, sua família ou seu país. A Organização Mundial de Saúde (OMS) mostrou que 60% dos adultos brasileiros estão acima do peso, e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou que isso custa mais de R$ 36 bilhões por ano ao Brasil. A fraqueza nunca é gratuita, e alguém sempre paga em dinheiro, saúde ou dignidade.
Na realidade, a força visível gera respeito imediato. Você pode ser inteligente, competente e gente boa, mas se o seu corpo não mostra isso, muitos nunca notarão. A percepção é rápida: em 0,1 segundo, o cérebro decide se aquele homem é líder ou liderado.
Força física e liderança
A Universidade da Califórnia mostrou que indivíduos fortes se candidatam mais à liderança e são escolhidos mais vezes. A Universidade de Chicago identificou que pessoas com boa forma física ganham melhor e ocupam mais posições de comando. A Harvard Business Review informou que pessoas ativas têm 125% mais energia e engajamento. Isso não é preconceito, mas sim biologia, instinto e sobrevivência.
A conexão entre corpo e mente
Um corpo forte comunica capacidade, e quando ele cresce, a mente cresce junto. A força física não existe sozinha; ela arrasta consigo a força mental. Uma meta-análise publicada na Sports Medicine registrou uma redução de mais de 20% nos sintomas de depressão com a prática da musculação. Estudos na área hormonal mostram que o treino de força aumenta a testosterona, hormônio ligado à motivação e assertividade. Além disso, a publicação científica JAMA Psychiatry explicou que homens ativos têm metade do risco de depressão ao longo da vida.
Músculo não é apenas vaidade, é também construção de autoestima. A fraqueza, por outro lado, adoece o indivíduo e até uma população inteira. Os corpos fracos geram uma sociedade fraca.
Se o homem não consegue carregar o próprio peso, quem vai carregar os problemas da casa, sustentar a família ou lutar pela liberdade? A força é um dever cívico, e a fraqueza é um risco político. Aqueles povos que negligenciam o corpo acabam dependentes de quem não negligenciou.
A estética como cartão de visitas
A estética não é superficial como muitos pensam. Ela mostra também o que está por dentro. Quando você apresenta um corpo forte, o mundo entende: “Eu suporto o peso que é meu”. O físico diz o que a boca não precisa dizer, isto é, que você tem disciplina, honra seus compromissos e não foge da luta. Uma pessoa forte não precisa provar sua força o tempo todo, ela fica evidente. Portanto, seja forte e pareça forte. A nossa imagem importa, porque a virtude deve ser visível. A estética é o cartão de visitas da sua moral.
De todas as mentiras modernas, a mais perigosa é defender que cuidar do corpo é só estética ou vaidade pessoal. Ao meu ver, cuidar do corpo é tomar conta do que há de mais fundamental na sua existência: sua própria vida, sua família e sua missão no planeta. Então treine, coma bem e durma o necessário.
Cuide de si com a seriedade de quem sabe o que está em jogo. Não é sobre ter uma barriga tanquinho. É sobre ter primazia, tornar-se capaz ou sobre ser aquele sujeito que está pronto para carregar o que precisa ser carregado. Seja forte e pareça forte e reflita sempre sobre a estética da virtude.
— Ray Personal Trainer, idealizador do movimento Matilha






