Um estudo da revista Nature aponta que 77% do garimpo no Brasil é ilegal, grande parte em terras indígenas. A escritora Niara Su, autora de ‘Ouro da Floresta’, amplia essa discussão, expondo dores humanas, conflitos éticos e a influência do crime organizado.
O impacto do garimpo ilegal no Tapajós
Niara Su detalha que o garimpo ilegal no médio Tapajós causa destruição ambiental, contaminação dos rios e rupturas sociais. A atividade clandestina avança sobre territórios ribeirinhos e indígenas, ameaçando modos de vida ancestrais e vulnerabilizando populações.
Em ‘Ouro da Floresta’, a autora oferece uma imersão na Amazônia, onde o brilho do ouro reflete dor, violência e esperança. Ambientado no médio Tapajós, o romance mescla ação, reflexão e espiritualidade, revelando o impacto do garimpo ilegal.
A trama e os personagens
A trama acompanha Jonas, um piloto carioca em crise que aceita trabalhar em um esquema de extração ilegal de ouro. Envolvido em uma rede criminosa liderada por Rocha, suas escolhas desencadeiam tragédias e um confronto com a própria consciência.
Além disso, o livro retrata a realidade dos ribeirinhos e povos indígenas, afetados pela degradação ambiental. Ayana, Kayãn e Niara representam a resistência indígena, revelando o lado humano das estatísticas.
Eu não consigo me libertar da minha ganância, Pajé! — Os espíritos da floresta o trouxeram até aqui, para que você encontre sua verdadeira essência e atenda ao chamado da Mãe Natureza. Sua ganância o tirou do caminho. Você precisa se libertar dela! — A sua ganância é como o mercúrio. Você tem que queimá-la, acendendo a chama da sua alma para que sua essência brilhe como o ouro. Use suas boas lembranças. Elas são suas chamas. Elas o ajudarão a descobrir o seu chamado! (Ouro da Floresta, p. 173)
O chamado à preservação
O Pajé, guardião da sabedoria ancestral, amplia o tom simbólico da obra. Sob sua influência, Jonas inicia uma jornada de redenção e descobre que o verdadeiro ouro da Amazônia está na riqueza de sua biodiversidade e de seus povos.
Niara Su afirma que ‘Ouro da Floresta’ transmite um chamado à preservação da vida e da floresta, mostrando que o verdadeiro ouro é o verde da biodiversidade, a cura de males e a garantia da existência humana. Para ela, essas questões merecem ser debatidas, com a devida fala dos povos indígenas e comunidades ribeirinhas.






