A economia digital vive um fenômeno curioso: quanto mais eficiente se torna, menor é a nossa tolerância à espera. Em um mundo onde três a oito segundos definem se um consumidor permanece ou abandona uma interação, a velocidade deixou de ser um atributo e virou uma expectativa básica. Nesse contexto, o crescimento explosivo do e-commerce nos últimos anos não é apenas uma expansão natural do consumo online, mas sim a consequência direta da adoção massiva de métodos de pagamento instantâneos.
O impacto dos pagamentos instantâneos no e-commerce
Em oito mercados analisados em um novo estudo da fintech Nuvei – Colômbia, Emirados Árabes Unidos, Brasil, África do Sul, México, Hong Kong, Chile e Índia – o comércio eletrônico alcançou US$ 908,4 bilhões em 2025 e deve praticamente dobrar até 2027. No entanto, esse número, por si só, não conta toda a história. O que realmente transforma essas economias é o impacto comportamental da Geração Z e dos millennials, que já dominam a base de consumo nessas regiões.
Geração Z e Millennials: a urgência por velocidade
Esse novo perfil é mobile-first, compra diariamente em ambientes digitais e enxerga pagamentos instantâneos não como uma inovação, mas como um padrão mínimo de experiência. Isso explica por que sistemas nacionais como o Pix no Brasil e o UPI na Índia inspiram iniciativas semelhantes em outros países, e por que carteiras digitais seguem ganhando terreno: eles conversam com a urgência emocional de uma geração que não aceita fricção.
Além disso, mais do que inclusão financeira, esses meios transformaram o varejo digital em um fluxo contínuo. Nos mercados analisados, o pagamento é sinônimo de continuidade da jornada, não de etapa final. É isso que explica o salto de conversão e o aumento da participação digital na renda. A infraestrutura de pagamentos se tornou, de fato, um motor econômico.
A velocidade do consumidor como fator decisivo
Esse movimento expõe um recado inequívoco: a corrida não é mais entre empresas, mas entre empresas e a velocidade do consumidor.
E o consumidor já está bem à frente.
O desafio agora é saber se as empresas, especialmente as que operam globalmente, estão preparadas para atender a um público que toma decisões em segundos, transita entre canais com fluidez total e considera o pagamento instantâneo como parte natural da experiência.
Quem entender essa nova lógica terá vantagem competitiva. Quem insistir nas antigas camadas de fricção ficará para trás não por falta de relevância, mas por falta de ritmo.
— Juan Soto, General Manager para América Latina da Nuvei






