O Prêmio Nansen para Refugiados da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) anunciou seus vencedores de 2025, destacando a importância da solidariedade com pessoas refugiadas. Quatro indivíduos e uma organização foram reconhecidos por sua coragem e compaixão ao ajudar aqueles forçados a fugir.
Criado em 1954, o Prêmio Nansen homenageia pessoas e grupos que se dedicam à proteção de refugiados, deslocados internos e apátridas, indo além do esperado.
Os Vencedores de 2025
Entre os vencedores de 2025, estão:
- Um líder comunitário de Camarões, que integrou 36 mil refugiados.
- A fundadora de uma escola para refugiados no Tajiquistão.
- Uma organização de mulheres no Iraque, que alcançou 105 mil sobreviventes de conflitos.
- Um executivo do México, que empregou centenas de refugiados.
- Equipes de emergência na Ucrânia, que atuam em áreas de conflito.
De acordo com Filippo Grandi, Alto Comissário do ACNUR, o prêmio celebra a coragem e compaixão. “Os laureados deste ano nos lembram que, mesmo em tempos difíceis, a compaixão não se apaga. O compromisso deles oferece esperança e inspiração”, afirmou.
Premiado Global de 2025: Martin Azia Sodea
O líder comunitário Martin Azia Sodea, de Camarões, foi o premiado global deste ano. Ele acolheu refugiados da República Centro-Africana na vila de Gado-Badzéré, oferecendo-lhes terras e apoio.
Sodea inspirou outras lideranças tradicionais na região, mudando a forma como os refugiados são recebidos. “Somos todos seres humanos e precisamos cuidar uns dos outros”, disse Sodea.
Precisávamos começar atendendo as necessidades sociais. Essa abordagem foi o que salvou vidas, porque muitos já estavam morrendo no caminho. Tivemos de ir ao encontro deles, levar comida e resgatá-los. Não podíamos assistir nossos irmãos morrerem. Não há distinção entre refugiados e população anfitriã. Vivemos juntos.
— Martin Azia Sodea, líder comunitário de Camarões
Vencedores Regionais
Américas: Pablo Moreno Cadena (México)
Pablo Moreno Cadena, executivo empresarial, é referência na inclusão de refugiados no mercado de trabalho mexicano. Ele incentivou a contratação de refugiados na MABE, fabricante de eletrodomésticos.
Europa: Proliska (Ucrânia)
A organização ucraniana Proliska presta assistência vital a mais de 3,2 milhões de pessoas, muitas vezes em áreas remotas e perigosas. Eles são frequentemente os primeiros a chegar após ataques, garantindo que ninguém seja deixado para trás.
Oriente Médio e Norte da África: Taban Shoresh (Iraque)
Taban Shoresh, sobrevivente de genocídio, fundou a The Lotus Flower, organização liderada por mulheres que apoia sobreviventes de conflitos no Iraque. Ela transforma sua experiência em ação para mulheres e meninas deslocadas na região do Curdistão.
Ásia e Pacífico: Negara Nazari (Tajiquistão)
Negara Nazari, refugiada afegã, é cofundadora do Ariana Learning Centre, uma escola para jovens refugiados afegãos sem acesso à educação. Ela optou por criar a escola em vez de seguir carreira no setor corporativo.
Apoio ao Prêmio Nansen
O prêmio é possível graças ao apoio dos Governos da Noruega e da Suíça, da Fundação IKEA e da Cidade e Cantão de Genebra. O nome homenageia Fridtjof Nansen, explorador, cientista, diplomata e humanitário norueguês.
Vencedora do Prêmio Nansen 2024
Em 2024, a brasileira Irmã Rosita Milesi foi a laureada global do Prêmio Nansen, em reconhecimento a décadas de dedicação aos direitos de refugiados e migrantes no Brasil. Seu trabalho resultou em apoio concreto a milhares de pessoas e contribuiu para a legislação de refugiados no país.
Cerimônia de Premiação
A cerimônia do Prêmio Nansen será realizada em 16 de dezembro, no Palácio das Nações, em Genebra. Jornalistas credenciados podem participar.






