O Brasil possui 2,1 milhões de pessoas que utilizam aplicativos como principal fonte de renda, de acordo com o IBGE. Para Luís Molla Veloso, especialista em Embedded Finance, essa transformação expõe a urgência de soluções financeiras sob medida. Essas soluções vão desde crédito e seguros personalizados até ferramentas de educação e planejamento previdenciário.
A revolução do trabalho digital no Brasil
Segundo dados do IBGE, o país já conta com 2,1 milhões de pessoas que têm nas plataformas digitais sua principal forma de renda, atuando em áreas como transporte, entregas e serviços sob demanda. Esse contingente, que cresce a cada ano, atua fora da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), consolidando uma nova dinâmica no mercado brasileiro.
Esse fenômeno levanta questões importantes sobre proteção social, empreendedorismo e educação financeira. Luís Molla Veloso, especialista em Embedded Finance e integração de serviços financeiros em plataformas digitais, avalia que essa tendência não apenas altera as relações de trabalho, mas também expõe a necessidade de novas soluções para crédito e renda.
Quando o entregador do iFood ou o motorista da Uber recebe em conta digital dentro do próprio aplicativo, ele está vivenciando um modelo de Embedded Finance. Trata-se de serviços financeiros embutidos na rotina, invisíveis e convenientes, mas que precisam ser acompanhados de segurança e previsibilidade para o trabalhador.
— Luís Molla Veloso, especialista em Embedded Finance
A transformação também está ligada à evolução regulatória. O Banco Central ampliou em 2025 o escopo do Open Finance para incluir dados de investimentos, seguros e câmbio. Essa medida deve acelerar a personalização de produtos voltados a esse público. Afinal,
Com mais dados consentidos, empresas poderão oferecer crédito e seguros ajustados ao perfil de autônomos digitais, criando experiências mais justas e inclusivas.
— Luís Molla Veloso, especialista em Embedded Finance
Para Veloso, o desafio central é equilibrar inovação e proteção. “A digitalização do trabalho abriu oportunidades inéditas, mas também gerou vulnerabilidades. O próximo passo é garantir que esses profissionais não sejam apenas prestadores temporários, mas empreendedores com acesso a crédito, seguro e educação financeira para sustentar seus negócios”, conclui.
Seis dicas para autônomos digitais prosperarem
Confira seis pontos de atenção para o autônomo digital, de acordo com o especialista:
- Recebimentos integrados ao app: Modelos de Embedded Finance, como contas digitais dentro do iFood e Uber, facilitam o fluxo de caixa do trabalhador, mas exigem previsibilidade e segurança nas operações.
- Educação financeira: A renda variável e sem garantias reforça a necessidade de planejar gastos, reservar parte do ganho e evitar compromissos de longo prazo sem margem no orçamento.
- Acesso a crédito e seguros: O avanço do Open Finance deve permitir que autônomos digitais tenham linhas de crédito personalizadas e proteção contra riscos, com taxas ajustadas ao perfil de cada trabalhador.
- Redução da inadimplência: Ferramentas como o Pix Automático ajudam a manter contas em dia e dão mais estabilidade a quem depende de pagamentos recorrentes.
- Inovação com proteção: A digitalização cria oportunidades, mas também expõe vulnerabilidades. A recomendação do especialista é que os trabalhadores busquem plataformas que ofereçam soluções integradas de pagamento, crédito e proteção social.
- Planejamento previdenciário: Mesmo sem vínculo formal, é fundamental contribuir para a previdência oficial ou privada, garantindo segurança de longo prazo e evitando lacunas de cobertura.