O Brasil se destaca como o segundo maior produtor de carne de frango do mundo, alcançando 14,8 milhões de toneladas. Além disso, é o maior exportador, sendo responsável por mais de 30% da produção nacional. Também ocupa a quinta posição na produção de ovos, com uma média de 242 unidades por habitante. De acordo com a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), a cadeia da avicultura gera cerca de quatro milhões de empregos diretos e indiretos. Desde 2000, a produção de carne quase triplicou e as exportações mais que quadruplicaram, um resultado impulsionado pela inovação em áreas como nutrição e aprimoramento genético.
Avanços da Inteligência Artificial na Produção Avícola
A próxima grande transformação está no setor digital. Assim como em outros setores estratégicos, a inteligência artificial já está transformando a produção de proteína animal. A análise de dados permite aprimorar a nutrição, prever doenças precocemente (algo crucial diante dos recentes casos de gripe aviária) e monitorar em tempo real variáveis como temperatura, umidade e comportamento das aves. Essa capacidade de resposta imediata demonstra que a tecnologia é essencial para equilibrar três demandas simultâneas: aumentar a produção, reduzir custos e diminuir o impacto ambiental.
A redução no custo de sensores e sistemas de monitoramento tem acelerado esse movimento. A chamada Internet das Coisas (IoT) já é uma realidade consolidada. A IDC estima que, até 2025, o mundo terá 30 bilhões de dispositivos conectados, em comparação com poucos bilhões de usuários humanos. A IoT se tornou uma infraestrutura essencial para a digitalização global.
Novas práticas e o uso de blockchain
Outra transformação importante vem do transporte. A prática de processar as aves diretamente nas propriedades e transportar apenas carcaças resfriadas ganha cada vez mais espaço. Essa mudança reduz riscos sanitários e custos logísticos, além de melhorar a qualidade da carne. O uso de blockchain garante rastreabilidade e transparência em toda a cadeia, o que fortalece a confiança do mercado.
O desafio da conectividade no campo
No entanto, existe um obstáculo a ser superado: a falta de conectividade no campo. Dados do IBGE revelam que apenas 27% das propriedades rurais contam com conexão digital de qualidade. Para muitos produtores, o custo dos equipamentos ainda representa uma barreira que limita a adoção de tecnologias capazes de ampliar a produtividade e a competitividade.
A importância de reduzir o déficit digital
Reduzir esse déficit digital é fundamental para que a revolução tecnológica alcance plenamente o agronegócio. Mais do que expandir redes, é necessário criar as bases para que o produtor incorpore automação, IoT e análise em tempo real às operações diárias.
Se o Brasil quiser manter sua liderança global na produção de alimentos, precisa assumir também a liderança na inclusão digital do campo. O país tem as condições técnicas e de mercado para ser referência internacional, mas só conseguirá se agir rápido, com visão de longo prazo e compromisso em oferecer ao agricultor as ferramentas que sustentarão a próxima revolução agrícola.
— Ricardo Amaral, Vice-Presidente de Vendas e Marketing de Enterprise da Hughes do Brasil
O futuro da avicultura digital já começou. Portanto, o Brasil precisa estar conectado para garantir sua posição de liderança.






