A diversidade etária é cada vez mais comum nos ambientes corporativos. Atualmente, até quatro gerações trabalham lado a lado: Baby Boomers, Geração X, Millennials e Geração Z. Assim, muitas organizações lidam com desafios que podem prejudicar a produtividade, o trabalho em equipe e a satisfação do time.
Superando as divisões geracionais
Como as lideranças podem superar as divisões geracionais e promover um ambiente laboral harmonioso, capaz de entregar um ótimo desempenho? Essa é uma problemática cada vez mais presente na rotina dos gestores. O objetivo não é eliminar essas diferenças, mas criar ambientes onde perspectivas diversas sejam valorizadas e aproveitadas para o sucesso coletivo.
Vale lembrar que as organizações que superam as divisões geracionais ganham uma vantagem competitiva significativa. Estudos globais mostram que empresas com equipes multigeracionais são mais propensas a obter maior lucratividade. De acordo com um relatório da consultoria McKinsey, times assim têm 21% mais chances de superar seus concorrentes em rentabilidade. Já um levantamento conduzido pela Deloitte revelou que aquelas que adotam políticas inclusivas para todas as idades têm uma taxa de retorno sobre o investimento (ROI) mais alta, alcançando até 2,3 vezes mais lucratividade.
Além disso, ambientes de trabalho multigeracionais estão mais bem preparados para se adaptar às mudanças e incertezas no ambiente de negócios.
Quando profissionais experientes se juntam a talentos mais jovens, as organizações podem desfrutar de experiências mais ricas e novas perspectivas para navegar por transições, mudanças de mercado e avanços tecnológicos.
4 dicas para gerenciar as diferenças de idade
Confira, a seguir, quatro dicas para gerenciar as diferenças de idade no ambiente corporativo:
1) Crie mentorias bidirecionais
A beleza de uma equipe multigeracional é a profundidade do conhecimento, habilidades e experiência que todos juntam acumulam. As gerações mais velhas oferecem muita sabedoria, experiência de vida e conhecimento prático, enquanto as mais jovens são hiperconectadas, autodidatas e engajadas em questões sociais e políticas. Portanto, estabelecer programas de mentoria entre as gerações para ajudar a criar uma cultura de compartilhamento de conhecimento, encorajando o aprendizado entre as gerações, é uma ótima maneira de aproximar os colaboradores e quebrar barreiras geracionais.
2) Evite estereótipos
Embora cada geração se identifique com generalidades, preferências e valores, é importante evitar estereótipos baseados na idade dos colaboradores. Para isso, o gestor deve reservar um tempo para ouvir e aprender com seus colaboradores, buscando motivá-los em sua individualidade. Além disso, cabe às lideranças estabelecer uma comunicação humanizada e empática entre os colaboradores, incentivando a convivência sadia entre as gerações e combatendo suposições infundadas sobre a ética de trabalho ou as capacidades de outras gerações, o que pode gerar ressentimento (como, por exemplo, a noção de que os Baby Boomers são deficitários em assuntos tecnológicos ou a ideia de que os jovens da Geração Z são egocêntricos e são focados em ganhos financeiros). Eliminar esses preconceitos é fundamental para promover um ambiente de fato inclusivo e diverso.
3) Crie equipes com gerações mistas
Diversifique intencionalmente os times para aproveitar pontos fortes complementares e expor os trabalhadores a diferentes perspectivas. Ou seja, trabalhar juntos em direção a objetivos comuns incentiva o respeito mútuo, a legitimidade das visões diversas e o compartilhamento de conhecimento e habilidades. Tudo isso costuma enriquecer demais o ambiente de trabalho, favorecendo a inovação e o engajamento da equipe.
4) Encoraje a comunicação aberta
Promova uma cultura de escuta ativa e respeito, onde os colaboradores se sintam confortáveis compartilhando ideias e pontos de vista diferentes diante de pessoas de várias gerações. Estimule o entendimento mútuo para preencher lacunas de comunicação e construir conexões sólidas entre os colegas de trabalho. Ao adaptar estratégias de comunicação e alinhá-las em torno de valores compartilhados, salientando as fortalezas de cada geração, é possível transformar potenciais conflitos em fonte de inovação e produtividade.
*Por Franciele Bolzan, Diretora de Gente & Gestão da S.I.N.
